Já cansou de ouvir a mesma piada velha? Um estúdio de jogos anuncia uma brincadeira engraçada de Dia da Mentira: seus personagens em um jogo de romance visual! Hilário, não é? Mas será que essa piada está desgastada?
Estou farto de ver a mesma piada repetida sem parar, e agora a Pocketpair, desenvolvedora de Palworld, entrou na onda com o anúncio de Palworld! ~More Than Just Pals~. Anunciado como uma brincadeira de Dia da Mentira no ano passado, com um trailer que não levou a nada… até agora! Palworld! ~More Than Just Pals~ ganhou um novo trailer e uma página oficial na Steam, prometendo que o jogo está realmente em desenvolvimento.
Essa piadinha de “e se a gente fizesse nosso jogo, mas como um visual novel?” está batida. E, sinceramente, estou um pouco irritado. Gosto de visual novels e estou cansado de vê-los tratados como meras piadas.
Visual Novels Não São Sempre Assim
Entendo que dizer “eu gosto de visual novels” pode carregar um peso e certo julgamento. Visual novels são frequentemente descartados como jogos rasos para pessoas que querem “apressar” o desenrolar de histórias com garotas de anime. Sim, esses jogos existem, mas não são todos visual novels, e os melhores geralmente nem têm esses elementos.
O problema com a piada da Pocketpair, e de tantos outros estúdios, é que estigmatiza todo o gênero como lixo sem esforço. Na verdade, algumas das melhores histórias em todos os jogos vieram de visual novels.
A Casa de Fata Morgana é um dos jogos mais bem avaliados de todos os tempos, um visual novel de 40 horas que conta uma história comovente. É um jogo que se compara à literatura gótica, como Drácula de Bram Stoker e Frankenstein de Mary Shelley.
1000xResist não é um visual novel de anime, mas ainda se encaixa no gênero pela forma como a maior parte do tempo de jogo é gasta lendo diálogos acompanhados de belíssimas vinhetas. O jogo conta uma das histórias de ficção científica mais comoventes, abordando questões culturais importantes e sendo elogiado como um dos melhores jogos de 2024.
É inegável que existem elementos românticos em ótimos visual novels como Steins;Gate e Danganronpa, mas descartá-los como jogos “sogra” ignora a escrita incrível e outros elementos que eles trazem.
Você Pode Aprender Alguma Coisa Se Tentar de Verdade
O que me irrita mais na piada do “visual novel subversivo” é que, quando realmente feitos, os visual novels geralmente não são subversivos. Quando a Blizzard fez um simulador de encontros de Overwatch, Loverwatch, o jogo era apenas um simulador de encontros padrão, sem muito esforço. Tenho certeza de que alguém na Blizzard se esforçou, mas a piada era: “Visual novels sem esforço são tão ruins!” e então lançaram um visual novel sem esforço.
Palworld! ~More Than Just Pals~ ainda não foi lançado, então não posso dizer se terá o mesmo destino que Loverwatch, mas, pelo trailer, não tenho nenhuma confiança de que será algo além do lixo sem esforço que finge ser melhor.
Se a Pocketpair quisesse realmente fazer algo subversivo, deveria criar um bom visual novel que analisasse por que os estúdios os usam como piada com tanta frequência ou fazer uma abordagem genuinamente subversiva do gênero, seguindo os passos de jogos inovadores como Doki Doki Literature Club.
Respeitar o gênero que está tentando usar é o mínimo que a Pocketpair poderia fazer, especialmente se continuar usando Zoe Rayne como um dos personagens mascote de Palworld, pois existem muitas semelhanças entre o design de Zoe e Junko de Danganronpa, uma das personagens de visual novel mais icônicas de todos os tempos. Não leve muito a sério, Spike Chunsoft, a Pocketpair tem histórico nesse tipo de coisa.
Em resumo, visual novels merecem ser mais do que uma piada. Eles oferecem narrativas profundas e experiências únicas. Esperamos que estúdios como a Pocketpair reconheçam o potencial do gênero e criem jogos que realmente honrem sua capacidade de contar histórias.
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Fonte: The Gamer