Adoro jogos cooperativos! Recentemente, joguei Split Fiction, da Hazelight Studios, e fiquei com uma sensação… estranha. Apesar da jogabilidade inovadora e divertida, a história me deixou um pouco indiferente. Será que um roteiro melhor escrito torna um jogo melhor? No caso de Split Fiction, a resposta é surpreendentemente… não.
Split Fiction, apesar de apresentar uma escrita superior a It Takes Two, seu antecessor, acaba pecando por ser demasiado sem graça. A narrativa, apesar de bem-escrita tecnicamente, carece de impacto emocional.
A História de It Takes Two: Tão Ruim que é Boa
It Takes Two se encaixa na categoria “tão ruim que é bom”. Os diálogos são frequentemente ruins, mas essa mediocridade torna a narrativa e os personagens estranhamente cativantes. Você e seu parceiro de jogo acabam apreciando as piadas, mesmo as mais sem graça, por sua própria bizarrice.
Não estou criticando It Takes Two. Uma cutscene que me faz rir com meus amigos, me faz rir, independente da qualidade da piada em si. Combinado com a excelente jogabilidade cooperativa, o jogo se destaca no gênero.
Split Fiction tenta uma abordagem mais dramática, mas falha. A Hazelight consegue criar mecânicas cooperativas incríveis, mas peca na construção de uma história envolvente.
A escrita em Split Fiction é aceitável, sem grandes defeitos. Não há atuações ruins, mas faltou algo que me prendesse. Durante a jogatina, eu e meu amigo acabamos conversando por cima das cutscenes, pois estavam entediantes.
O que Split Fiction Deixa de Explorar
Não culpo a Hazelight por tentar algo novo. A intenção parecia ser uma narrativa comovente, mas o resultado foi genérico. Parece uma junção lógica entre os elementos criativos de It Takes Two e o drama de A Way Out.
Entendo a vontade de combinar ambos, mas a escrita em A Way Out também não era forte, com uma rivalidade entre irmãos que termina numa tragédia evitável. Retornar aos elementos dramáticos parece ter sido uma estratégia equivocada.
Sugiro que a Hazelight explore o lado mais divertido e “campy” em seus próximos jogos. Que tal se inspirar em Resident Evil, com seus diálogos estranhos e personagens cativantes? A Capcom nunca foi mestre em criar narrativas impecáveis, mas isso não importou.
A Capcom abraçou o lado “ruim” dos diálogos, resultando em jogos icônicos. A peculiaridade dos diálogos é parte fundamental do sucesso desses jogos. A Hazelight poderia fazer o mesmo.
Em resumo, Split Fiction apresenta uma jogabilidade fantástica, mas a história, apesar de bem escrita, é sem graça e não prende o jogador. A tentativa de ser dramático prejudica o potencial do jogo. Uma abordagem mais leve e divertida poderia resultar numa experiência muito mais impactante.