Você já se perguntou como seria se um jogo conseguisse capturar a essência da criação artística, o processo de rascunho, a experimentação e o descarte de ideias? “Split Fiction”, apesar de aclamado pela crítica, deixa a desejar em sua narrativa principal. Mas uma de suas histórias secundárias, “Notebook”, brilha como um farol, mostrando o potencial inexplorado do jogo.
Split Fiction, com sua nota geral impressionante, é um game que, na minha opinião, não alcançou todo seu potencial. A experiência, jogado tanto com jogadores experientes quanto casuais, revelou inconsistências em sua premissa central. Embora seja um ótimo jogo, ele poderia ter sido ainda melhor.
Split Fiction: A decepção da história principal
A história principal de Split Fiction, apesar do sucesso geral do jogo, é fraca. A trama se concentra em uma ideia oportuna – máquinas roubando arte humana para lucro – mas não a desenvolve profundamente. A narrativa se sente superficial e apressada, deixando a desejar em termos de emoção e profundidade.
A revelação dos segredos das personagens principais chega de forma previsível e, no caso de Zoe, até mesmo manipuladora. A jogabilidade, apesar de excelente, não se integra organicamente à narrativa. As sequências de ação, embora divertidas, não parecem pertencer a uma história coesa.
“Notebook”: A história secundária que acerta o alvo
Diferentemente da história principal, a história secundária “Notebook” compreende a mecânica do jogo. Apresentada em um estilo de desenho a lápis 2D, a história se desenvolve como um rascunho, com Zoe alterando a trama, amassando páginas e apagando plataformas e inimigos. É a única história que realmente se sente como uma ideia descartada na mente de um escritor.
Em contraste com outras histórias secundárias, “Notebook” foca na essência criativa do ato de escrever. Outras histórias, como “Slopes of War”, são divertidas, mas funcionam como minigames sem narrativa consistente. Elas são ótimas experiências de jogabilidade, mas não se integram a uma trama maior.
O forte de Split Fiction é a jogabilidade cooperativa. Mas a abordagem superficial da narrativa principal falha em explorar o tema central da criação artística de forma profunda. O jogo poderia ter usado uma revisão mais criteriosa, principalmente em sua narrativa.
No capítulo final, Split Fiction, finalmente, gamifica a si mesmo, mostrando seu maior potencial. Mio e Zoe jogam em níveis aparentemente diferentes (fábrica e floresta), que se revelam, na verdade, a mesma área com diferentes estéticas. A quebra da simulação permite aos jogadores interagir com ambos os cenários simultaneamente, mostrando o equilíbrio entre gameplay e conceito.
Embora a repetição de algumas mecânicas possa ser um ponto negativo para alguns, ela contribui para esse “momento mágico”. Alterar esse design teria provavelmente diminuído o impacto desse momento.
Em resumo, Split Fiction é um ótimo jogo, mas não chega a ser o jogo que prometeu ser. Sua força reside na jogabilidade, enquanto a narrativa principal carece de profundidade. No entanto, a história secundária “Notebook” é a prova de que o jogo tinha o potencial de unir brilhantemente a mecânica com a narrativa.
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