Você já imaginou uma explosão de foguete ser investigada como um possível ato de sabotagem? Em 2016, uma falha dramática no lançamento de um foguete SpaceX gerou uma teoria surpreendente: a do “atirador de elite”. Vamos mergulhar nessa história insólita, que envolve rivalidades, investigações federais e muita adrenalina.
Um dia de setembro de 2016, algo deu terrivelmente errado durante um teste de um foguete Falcon 9 da SpaceX. A explosão foi violenta e o foguete, com seu satélite Amos-6, foi destruído. O mistério inicial era a causa da explosão. Um tanque de hélio pressurizado havia rompido, mas o porquê permanecia obscuro. O foguete estava parado, como um carro na garagem, e então explodiu.
A Teoria do “Atirador de Elite”
A falta de explicações gerou diversas teorias. Uma delas, abraçada pelo fundador da SpaceX, Elon Musk, era a de um projétil disparado contra o foguete. Parece loucura, mas havia indícios: a primeira ruptura ocorreu em um lado específico do foguete, e a um quilômetro de distância, um prédio da concorrente ULA apresentava um flash que coincidia com o tempo de um projétil atingir o alvo. Um “atirador de elite” no prédio de um rival – parecia cenário de filme!
A SpaceX investigou a fundo essa teoria, interna e externamente. Realizaram testes com tanques de hélio e até tentaram entrar em contato com a ULA para inspecionar o seu prédio. A investigação interna durou mais de um mês, interrompida apenas quando a FAA enviou uma carta afirmando a inexistência de atirador.
A Rivalidade com a ULA
A rivalidade entre SpaceX e ULA era intensa. Enquanto em 2016 a ULA dominava o mercado, lançando mais foguetes, a SpaceX estava em ascensão. Essa rivalidade era acirrada, tanto em disputas judiciais quanto no Congresso. A hipótese da sabotagem pela ULA, portanto, ganha um contexto significativo nesse cenário competitivo.
O pedido da SpaceX para inspecionar o prédio da ULA foi rejeitado. A ULA, na época bem mais estabelecida que a SpaceX, tinha pouco interesse em colaborar com a investigação. A situação demonstrava a rivalidade feroz que existia entre as empresas.
Preocupações da NASA e o “Pânico Geral”
A NASA acompanhava atentamente os eventos, preocupada com os lançamentos tripulados em parceria com a SpaceX. Duas falhas de foguetes Falcon 9 em pouco tempo geraram apreensão. A ideia de carregar os astronautas antes do abastecimento de combustível (o método “load and go” da SpaceX) causou grande preocupação na agência espacial norte-americana, considerada extremamente arriscada.
A explosão do Amos-6 intensificou as preocupações. O método de abastecimento rápido de propelente da SpaceX foi o real culpado. A pressa de carregar combustível super-resfriado provocou o rompimento do tanque de hélio. Para a NASA, era um pesadelo imaginar astronautas em cima de um foguete explodindo durante o abastecimento.
A Entrada do FBI
A pressão era imensa sobre os engenheiros da SpaceX. Além de investigar a falha, precisavam convencer a NASA da segurança de seus foguetes e do método “load and go”, e lidar com a rivalidade com a ULA. A investigação do FBI, que foi aberta, não encontrou qualquer evidência de sabotagem, encerrando essa linha especulativa.
Embora a teoria do “atirador” tenha se mostrado incorreta, a história ilustra a persistência da SpaceX na busca de respostas e a rivalidade acirrada no setor espacial. A falha do Amos-6 foi um momento difícil, mas a SpaceX superou o obstáculo e evoluiu significativamente.
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Fonte: Ars Technica