Você já se perguntou por que dois senadores do Texas estão tentando tirar um ônibus espacial do Smithsonian? Parece algo saído de um filme, não é? Mas acredite, essa história real envolve política, bilhões de dólares e um ônibus espacial muito especial, a Discovery.
Há mais de uma década, a decisão de distribuir os ônibus espaciais entre museus americanos foi tomada. Houston, a “Space City”, parecia a escolha óbvia, certo? Afinal, o programa espacial era gerenciado lá. Mas por causa de atrasos na proposta de Houston e preocupações com a manutenção da nave em um ambiente úmido, outras cidades levaram a melhor.
A Lei de Repatriação do Ônibus Espacial
De repente, os senadores John Cornyn e Ted Cruz apresentaram o projeto de lei “Bring the Space Shuttle Home Act”. O objetivo? Transferir a Discovery do Museu Nacional do Ar e do Espaço, em Virgínia, para Houston.
A ideia parece absurda, concorda? Especialistas apontam custos exorbitantes – facilmente ultrapassando 1 bilhão de dólares – para reativar um avião cargueiro e transportar a nave. Sem falar nos riscos de danificar a Discovery durante o transporte e na perda de seu lugar em um museu de renome mundial.
O jogo político
Mas por que essa iniciativa? A resposta, segundo fontes, é puramente política. Cornyn, que enfrenta uma difícil reeleição, usa o projeto para mostrar aos texanos que está lutando por eles. É uma jogada para ganhar votos, mesmo que o projeto seja inviável e até mesmo prejudicial ao patrimônio histórico espacial.
O curioso é que o Centro Espacial Houston e a NASA não foram consultados previamente. A NASA, inclusive, não quer se envolver nesse projeto caro e complexo. Recuperar um avião cargueiro e certificá-lo para voo seria um pesadelo logístico e financeiro.
Um desperdício de dinheiro público?
Em resumo, dois senadores texanos querem gastar bilhões de dólares dos contribuintes para remover a Discovery – a mais histórica das naves – do museu mais importante do mundo, arriscando sua integridade e possivelmente a colocando em um depósito em Houston. É, sem dúvida, uma ideia que soa no mínimo incoerente.
Mesmo sendo um apaixonado por espaço, não consigo compreender o porquê da insistência nessa proposta. É inegável: parece uma decisão política e, francamente, uma péssima ideia que desperdiça recursos públicos.
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Fonte: Ars Technica