Você já imaginou ser enganado por um candidato a emprego que, na verdade, era uma inteligência artificial super realista? Parece ficção científica, mas aconteceu comigo, duas vezes! Como especialista em segurança, quase caí em uma armadilha sofisticada, usando deepfakes – tecnologia que simula a aparência de uma pessoa real em vídeo – para aplicar para uma vaga na minha empresa.
Trabalho em uma empresa de segurança que usa inteligência artificial para identificar vulnerabilidades em códigos. Recentemente, estávamos contratando desenvolvedores e dois candidatos, aparentemente qualificados, levantaram suspeitas após as entrevistas.
O Primeiro Encontro com a IA
O primeiro candidato se apresentou com um nome polonês e disse morar na Polônia. Entretanto, durante uma chamada de vídeo, percebi algo estranho. A imagem dele era instável, com falhas que entregaram o jogo. A câmera apresentava problemas, e seus movimentos não eram naturais. Apesar disso, ele respondia as perguntas com maestria!
Mesmo com as inconsistências visuais, suas respostas eram tão boas que quase o contratei. O tempo gasto com ele foi considerável, e no final, descobrimos que a imagem não era real.
O Segundo Caso: Um Perfil Perfeito demais
Dois meses depois, recebemos um currículo impecável via LinkedIn. O candidato, que chamaremos de “Bratislav”, possuía um perfil completo, com centenas de conexões, anos de experiência e formação universitária em uma universidade sérvia.
Ele alegou ter problemas com sua webcam, mas, após diversas tentativas de reagendamento, finalmente realizamos a entrevista por vídeo. A cena que se seguiu foi impressionante! Mais uma vez, percebemos que a imagem era gerada por IA. Sua face apresentava pequenos glitches, e seus movimentos eram artificiais.
As Respostas “Robóticas”
Além da imagem fantasmagórica, as respostas de Bratislav eram muito peculiares. Elas pareciam ter sido retiradas diretamente do ChatGPT, em formato de tópicos, sem fluidez na conversa. Isso me deu a certeza de que estava lidando com uma inteligência artificial.
Desta vez, gravei tudo. A experiência me motivou a compartilhar o vídeo nas redes sociais, para alertar outros profissionais.
Uma Ameaça Crescente
Suspeitamos que esses casos façam parte de uma grande operação de cibercrime, similar às fraudes realizadas pela Coreia do Norte. Essa prática envolve hackers se fazendo passar por profissionais de tecnologia para obter empregos remotos, roubar informações confidenciais e até extorquir empresas.
A tecnologia de deepfakes está evoluindo rapidamente. Em um futuro próximo, pode ser impossível distinguir humanos de IA, o que aumenta os riscos de fraudes e crimes cibernéticos.
Fiquei assustado com a facilidade com que essas IAs quase me enganaram. Meus dois encontros com candidatos “deepfake” foram experiências perturbadoras, mas também um forte alerta. Precisamos aprimorar nossos métodos de recrutamento e estar cientes desse novo tipo de ameaça.
Compartilhe suas experiências e sugestões de como evitar essas fraudes!
Fonte: The Register