Já imaginou um mundo onde a inteligência artificial (IA) é tão poderosa que pode mudar completamente a forma como vivemos? Mas e se, nessa corrida tecnológica frenética, esquecermos de um detalhe crucial: a segurança? Essa é a questão que o almirante Mike Rogers, ex-chefe da NSA, nos apresenta durante a Semana de Desenvolvimento de Software de IA.
Segundo Rogers, a indústria de IA precisa aprender com os erros do passado. Assim como a cibersegurança, a IA precisa ter segurança integrada desde o seu desenvolvimento, e não adicionada posteriormente. Imagine tentar consertar um carro depois que ele já está quebrado em alta velocidade. É complicado, arriscado e muito caro!
Segurança Integrada: A Lição da Cibersegurança
Rogers ressalta que o desenvolvimento inicial da internet não levou em conta aspectos cruciais como segurança, redundância e resiliência. Agora, com a IA, precisamos evitar o mesmo erro.
Já vemos exemplos do que pode acontecer com modelos de IA inseguros: vazamento de dados sensíveis, resultados imprevisíveis (“alucinações”) que podem ser perigosos, especialmente em áreas como saúde, e até mesmo, vieses que refletem preconceitos sociais, como racismo e sexismo.
O Custo da Segurança “Achamada”
É muito mais fácil, barato e eficiente construir a segurança desde o início do que tentar consertar depois. Reparar falhas de segurança em um produto já lançado é caro e complexo.
Pensar no pior cenário é uma prática comum na indústria de segurança. É muito melhor prevenir problemas do que tentar resolvê-los depois que acontecerem. Integrar a segurança no desenvolvimento da IA é crucial para evitar problemas futuros.
Integrado x Acoplado
Várias autoridades já defenderam o desenvolvimento seguro de software, incentivando a adoção de práticas para construir produtos mais seguros. Entretanto, ainda há empresas que lançam softwares com falhas graves, abrindo portas para cibercriminosos.
Embora haja discussões sobre responsabilizar empresas por falhas em seus produtos, a regulamentação da IA ainda é um campo de debate, com diferentes perspectivas sobre como proteger o desenvolvimento e o uso responsável dessa tecnologia.
A Importância do Planejamento
Para Rogers, a responsabilidade de construir IA segura recai sobre os desenvolvedores. É preciso planejar e mitigar possíveis falhas desde o início, considerando como o produto será realmente utilizado, considerando diferentes culturas e perspectivas.
Ele cita o Projeto Maven como exemplo. O projeto envolveu o uso de IA do Google para analisar imagens de drones para o Pentágono. Embora o Google tenha apoiado o projeto, seus funcionários se opuseram ao uso da tecnologia para fins militares, levando a um conflito de valores e à eventual não renovação do contrato.
Lembrando o Projeto Maven
O Projeto Maven ilustra os riscos de um planejamento inadequado em IA e segurança nacional. O conflito entre o Google e o Pentágono mostrou como a falta de alinhamento entre o design técnico e a implantação real pode causar problemas éticos e prejudicar parcerias.
Este exemplo destaca a diferença entre a visão do governo (aplicação precisa da força) e a perspectiva da indústria tecnológica (ainda envolvendo a perda de vidas humanas). Atualmente, a tensão entre o setor corporativo e os usuários governamentais permanece. A necessidade de diálogo e entendimento mútuo é fundamental para um desenvolvimento tecnológico responsável.
Em resumo, a mensagem de Rogers é clara: a segurança na IA não é uma opção, mas uma necessidade primordial. Incluir segurança desde o desenvolvimento é crucial para evitar problemas, custos e riscos futuros. E, mais do que isso, é uma questão crucial para que a IA beneficie a todos, não apenas uma minoria.
Compartilhe suas experiências e reflexões sobre a segurança em IA!
Fonte: The Register