A recente apresentação State of Play da PlayStation deixou muitos com um gostinho de “quero mais”, mas também levantou algumas questões preocupantes. Enquanto jogos interessantes foram apresentados, a ausência de grandes títulos esperados, como Ghost of Yotei e Death Stranding 2, chamou a atenção. Mas o que realmente me deixou pensativo foi o aparente fracasso do experimento PS VR2. Será que a realidade virtual da Sony está com os dias contados?
Entendo a paixão dos fãs do PS VR2. O headset é impressionante, confortável, e os controles são intuitivos. Existem bons jogos disponíveis, embora poucos sejam exclusivos. Porém, mesmo os defensores mais ferrenhos precisam admitir: a Sony não deu ao VR o suporte prometido quando o VR2 chegou ao mercado.
Apenas um jogo VR apareceu no State of Play, e nem mesmo é um verdadeiro jogo VR
A State of Play mencionou apenas um jogo VR: The Midnight Walk. E mesmo assim, a experiência de VR é opcional, sendo o modo principal de jogo não-VR. A realidade virtual ainda luta pela aceitação total do público, mas vem ganhando força entre os entusiastas. Asgard’s Wrath 2 e Batman: Arkham Shadow, por exemplo, mostraram o potencial de grandes jogos em realidade virtual, mas nenhum deles está no PS VR2.
Em apresentações anteriores, a PlayStation pelo menos incluía alguns ports de outros headsets ou lançamentos simultâneos no PS VR2. Jogos exclusivos foram poucos, com Horizon: Call of the Mountain sendo o único título de lançamento a tentar replicar a “sensação PlayStation” no VR. Desta vez? Nada.
É difícil não interpretar isso como um sinal. Apesar de haver razões para a ausência de jogos como Ghost of Yotei, a PlayStation não ter nenhum jogo PS VR2 para mostrar após um ano sem lançamentos significativos, sugere que o projeto pode estar sendo abandonado. E embora não haja muitos jogos imperdíveis, isso me deixa triste.
O futuro da VR pode ser brilhante, mas pode não incluir a PlayStation
Sei que os fãs do PS VR2 são apaixonados, e alguns podem discordar da minha análise. Essa paixão é uma parte do motivo pelo qual isso me entristece – a base de jogadores pode não ser tão grande quanto a Sony gostaria, mas os jogadores são extremamente dedicados. Abandonar o PS VR2 é desperdiçar essa paixão.
Mas a realidade precisa ser encarada. Assim como aconteceu com o Google Stadia, as vendas do PS VR2, segundo a própria Sony, ficaram muito abaixo do esperado. Entendo que, do ponto de vista comercial, a área de VR da PlayStation não pode ser priorizada quando poucos possuem o equipamento necessário, que é caro. No entanto, o possível fim do PS VR2 me deixa mais triste do que o cancelamento de vários projetos de jogos online.
Ainda há jogos chegando ao PS VR2 este ano. Low-Fi parece interessante e Aces of Thunder é aguardado desde 2023, mas nenhum deles é exclusivo. Se você preferir ignorar os sinais, pode se convencer de que o tempo vai melhorar. Mas, com um pouco de atenção, a realidade é clara: silêncio. Silêncio onde a Sony tinha uma oportunidade perfeita para promover seu VR e optou por não usá-la.
Tudo indica uma morte lenta para as ambições de VR da PlayStation. Não vendeu headsets suficientes para justificar novos jogos, e não fará novos jogos com tão poucas vendas de headsets. O PS VR2 vai se arrastar por mais alguns anos, recebendo ocasionalmente ports de jogos que outros headsets já possuem, e quando o PS6 chegar, será relegado à história. Poucos o lamentarão, mas a dor será profunda. O PS VR2 será sempre uma história do que poderia ter sido.
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