Você já se perguntou sobre o futuro da exploração espacial humana? A resposta, em parte, pode estar na Estação Espacial Lunar Gateway. Mas será que esse projeto ambicioso vai decolar, ou será que vai acabar no “lixo” político? Vamos explorar essa questão.
A Lunar Gateway, uma mini estação espacial em órbita lunar, foi concebida inicialmente com objetivos um pouco diferentes. A ideia inicial era bem diferente do plano atual.
De Asteroide a Estação Espacial: Uma Mudança de Rumos
No início, a Gateway estava ligada a um plano nebuloso de capturar um pequeno asteroide e reposicioná-lo perto da Terra. Mas, sob a primeira administração Trump, a NASA abandonou essa ideia.
O conceito foi reformulado para se tornar uma estação espacial menor, orbitando a Lua. Isso abriu caminho para novas possibilidades, mas também gerou novas críticas.
Justificativas para a Gateway: Utilitário e Cooperação Internacional
A NASA justifica a Gateway como um ponto de apoio e um local seguro para astronautas viajando para e da superfície lunar.
Tripulações podem viajar da Terra até a Lua em naves Orion, conectar-se à Gateway e, em seguida, partir em módulos lunares que já estão acoplados à estação.
A Gateway também facilitaria missões para o polo sul lunar, região onde acredita-se existir grande quantidade de gelo de água.
Além disso, a estação ofereceria mais espaço para os astronautas em comparação às naves Orion ou às pequenas sondas lunares.
Outro ponto importante seria a aquisição de experiência na manutenção de tripulações humanas a uma distância mil vezes maior da Terra do que a ISS.
O elemento central da Gateway, o Power and Propulsion Element (PPE), terá propulsores Hall de 12 quilowatts, o sistema de propulsão elétrica de maior potência já enviado ao espaço.
As Dúvidas e Críticas ao Projeto
Atualmente, a justificativa para a Gateway é menos técnica e mais política. Muitos dos objetivos iniciais parecem menos relevantes.
Com o Starship da SpaceX, uma espaçonave muito maior e com sua própria propulsão potente, a Gateway parece desnecessária.
O Starship e outras naves lunares não precisam se acoplar à Gateway para alcançar a superfície lunar; o acoplamento até apresenta desafios técnicos.
Então, alguns questionam: se a NASA quer um posto avançado permanente na Lua, por que não construí-lo na superfície lunar?
Hoje em dia, a justificativa muitas vezes se volta para a cooperação internacional. A NASA é responsável pelos dois primeiros componentes da Gateway, mas a maioria das peças virá de parceiros internacionais.
A Europa e o Japão fornecerão um módulo de habitação maior. Os Emirados Árabes Unidos construirão uma eclusa para atividades extraveiculares e o Canadá está desenvolvendo um braço robótico.
Estima-se que parceiros internacionais pagarão cerca de 60% do custo de desenvolvimento e construção da Gateway. Apesar disso, a NASA ainda arca com uma grande parte da despesa.
Atrasos, Orçamentos e o Futuro da Gateway
O lançamento dos dois primeiros módulos da Gateway está previsto para o final de 2027, cinco anos mais tarde do que o previsto inicialmente.
O custo total estimado para a construção, lançamento e ativação do PPE e HALO é de cerca de US$ 5,3 bilhões.
As mudanças de requisitos e o lançamento conjunto do PPE e HALO contribuíram para os atrasos e aumento nos custos.
O recém-nomeado administrador da NASA, em sua audiência de confirmação, demonstrou cautela em relação ao projeto, destacando os problemas de orçamento e tempo.
Conclusão
A Lunar Gateway representa um projeto ambicioso e complexo. Apesar de ter atingido marcos importantes, como a chegada do casco da HALO nos EUA, o projeto enfrenta desafios significativos relacionados a custos, atrasos e a própria necessidade da estação.
A combinação de fatores técnicos e políticos deixa a existência da Gateway incerta. O futuro dependerá de decisões políticas e das prioridades da agência espacial americana.
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Fonte: Ars Technica