Você já imaginou um telescópio espacial com formato de… cone de vergonha? Pois é, a NASA lançou recentemente o SPHEREx, e sua aparência inusitada está chamando a atenção! Mas, acredite, essa forma peculiar tem uma função importantíssima em sua missão grandiosa de desvendar os mistérios do universo.
Lançado em um foguete SpaceX Falcon 9, o SPHEREx (Spectro-Photometer for the History of the Universe, Epoch of Reionization and Ices Explorer – ufa!), entrou em órbita polar a cerca de 675 quilômetros de altitude. Sua missão, que deve durar dois anos, é mapear todo o céu em 102 cores invisíveis a olho nu.
Sua missão: desvendar os primórdios do universo
O SPHEREx tem o objetivo ambicioso de responder a três perguntas fundamentais:
- Como o universo começou?
- Como as galáxias se formaram?
- Quais são as condições para a vida fora do nosso sistema solar?
Apesar de parecer simples, essas perguntas envolvem conceitos complexos como a inflação cósmica e a física quântica. A missão de US$ 488 milhões busca respostas a essas questões existenciais.
Um telescópio compacto com grande alcance
Com o tamanho aproximado de um carro subcompacto, o SPHEREx é bem menor que telescópios como o James Webb. No entanto, ele possui uma vantagem crucial: seu amplo campo de visão. Ao contrário do James Webb, que observa pequenas áreas do céu com grande detalhe, o SPHEREx terá uma visão esférica do cosmos, observando em todas as direções.
Sua tecnologia de espectroscopia permite analisar centenas de milhares de objetos simultaneamente, realizando mais de 600 exposições por dia. Graças a isso, mapeará centenas de milhões de galáxias para estudar a inflação cósmica, a expansão exponencial do universo logo após o Big Bang.
O “cone de vergonha” que ajuda a ver o universo
O design peculiar do SPHEREx, semelhante a um cone, é essencial para manter seus detectores frios (abaixo de -218°C!), evitando que a luz própria do telescópio interfira nas observações. Essa solução inovadora, sem partes móveis, garante maior confiabilidade e longevidade da missão.
Além de observar galáxias distantes, o SPHEREx também estudará a formação de estrelas e planetas em nossa própria galáxia, investigando a presença de água e gelo em nuvens moleculares – os berços de sistemas estelares.
Mais perto de casa: estudando o nosso sistema solar
O SPHEREx também analisará objetos do nosso sistema solar, como asteroides, cometas e mundos gelados além de Plutão. Ele medirá a abundância de água, ferro, dióxido de carbono e vários tipos de gelo nesses corpos celestes.
Suas observações de alta precisão irão fornecer um vasto catálogo de dados sobre a composição desses objetos, expandindo o nosso conhecimento a respeito da formação do nosso próprio sistema, inclusive fornecendo dados importantes para busca de indícios de vida fora da Terra.
Compartilhando o espaço (e os custos!)
Outro destaque é a missão PUNCH (Polarimeter to Unify the Corona and Heliosphere), que viajou junto com o SPHEREx. Quatro satélites menores, que custaram cerca de US$ 150 milhões, irão estudar a coroa solar e o vento solar. O lançamento conjunto permitiu a otimização dos custos, um exemplo de estratégia eficiente em projetos espaciais.
Em resumo, o SPHEREx, apesar de sua aparência inusitada, representa um avanço significativo na astronomia. Sua capacidade de mapear todo o céu em espectroscopia infravermelha, aliado a uma estratégia de baixo custo, promete revolucionar nossa compreensão do universo, desde seu nascimento até a busca por vida além do planeta Terra.
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Fonte: Ars Technica