Você já imaginou um sistema que categoriza a gravidade de ciberataques como se fossem furacões? Parece ficção científica, mas essa é a proposta do novo Centro de Monitoramento Cibernético (CMC) do Reino Unido. Prepare-se para descobrir como essa organização inovadora está mudando a forma como avaliamos e lidamos com os crimes cibernéticos.
O CMC: Uma escala para os ciberataques
Criado por líderes da indústria de seguros cibernéticos e especialistas em segurança, o CMC desenvolveu um sistema de classificação de gravidade para os ataques mais severos. Imagine a Escala Saffir-Simpson para furacões, mas aplicada a crimes cibernéticos. Essa é a ideia central do CMC.
Entendendo a Classificação de Gravidade
O sistema categoriza os eventos cibernéticos em uma escala de 1 a 5, sendo 5 o mais grave. A classificação leva em consideração o impacto financeiro e o número de organizações afetadas.
Impacto Financeiro: O cálculo considera custos de resposta a incidentes, notificações, resgates, restauração de dados e interrupções de negócios. Multas ou pagamentos de responsabilidade posteriores ao evento *não* são considerados.
Número de Organizações Afetadas: São considerados os limiares de 270, 2.700, 27.000 e 136.000 organizações, representando percentuais da quantidade total de entidades públicas e privadas no Reino Unido. Somente organizações com custos de pelo menos £1.000 são incluídas na contagem.
Como funciona a classificação?
A gravidade aumenta com o aumento dos danos financeiros para todas as organizações afetadas e com o crescimento do número de organizações impactadas. Um comitê técnico, liderado por especialistas, avalia cada evento e publica uma classificação (de 1 a 5) e um relatório detalhando a decisão.
Benefícios e Aplicações do CMC
Embora inicialmente focado em seguros cibernéticos, o CMC visa benefícios mais amplos. A visão de longo prazo inclui auxiliar formuladores de políticas e o público em geral. Cinco anos de dados do CMC podem ajudar a diferenciar grandes vazamentos de dados de incidentes menos relevantes.
O CMC não pretende ditar legislações, mas oferecer uma compreensão mais matizada de eventos que *podem* influenciar regulamentações futuras. Ele também pode servir como base para a criação de um fundo de apoio governamental para ciberataques de alto custo.
Desafios e o Futuro do CMC
O CMC admite que seu sistema precisa de ajustes e melhorias. A meta é emitir uma classificação de gravidade dentro de 30 dias após um evento qualificado, embora isso ainda não seja uma garantia. A expectativa é reduzir o tempo para 45 dias em 2025 e para 30 dias em 2026.
A legitimidade do sistema pode ser questionada judicialmente, mas os responsáveis pelo CMC se comparam à Escala Saffir-Simpson, nunca contestada nos tribunais. O sucesso do CMC, no entanto, dependerá da comprovação de sua eficácia ao longo do tempo.
Em resumo, o CMC representa uma inovação na forma de lidar com o crescente problema do cibercrime. Proporciona uma metodologia mais precisa e estruturada para classificar a gravidade de ataques, gerando impactos positivos em diferentes setores. A longo prazo, o seu sucesso dependerá da sua capacidade de adaptação e transparência.
Compartilhe suas experiências com ciberataques e sua opinião sobre o CMC!
Fonte: The Register