Você já imaginou uma troca de motor de foguete a mais de 60 metros de altura? Parece coisa de ficção científica, mas aconteceu na NASA! Um motor de apenas 10 anos do foguete Artemis II foi substituído por outro quase duas vezes mais velho. Por que essa decisão tão inusitada? Vamos descobrir!
Há algumas semanas, técnicos do Centro Espacial Kennedy, na Flórida, retiraram um dos quatro motores principais do foguete Space Launch System (SLS). Esse foguete vai levar quatro astronautas em uma viagem épica ao redor da Lua no próximo ano.
A Troca Inesperada
A NASA detectou um vazamento hidráulico no atuador da válvula principal de oxidante de um dos motores RS-25. Esse atuador controla o fluxo de oxigênio líquido super-resfriado para a câmara de combustão principal. Por segurança, a troca se tornou necessária.
Em seu lugar, foi instalado um outro motor RS-25 do estoque da NASA. A equipe começou a integração na sexta-feira e estão o fixando firmemente na posição 4 do estágio central.
Velho pelo Mais Velho
Esta é a primeira vez que a NASA substitui um motor principal no estágio central do SLS. A agência havia designado os motores RS-25 para os quatro primeiros voos do foguete há uma década. Essas atribuições eram fixas até agora.
A troca ocorreu com o foguete na vertical em sua plataforma de lançamento. A missão Artemis II, o primeiro voo tripulado do SLS, está em preparação. A missão de 10 dias levará os astronautas Reid Wiseman, Victor Glover, Christina Koch e Jeremy Hansen ao redor da Lua e de volta à Terra.
O lançamento da Artemis II está previsto para o início de 2026. O cronograma é principalmente determinado pela disponibilidade da espaçonave Orion. A NASA afirma que a substituição não afeta o cronograma da missão e o motor com defeito será reparado para um voo futuro.
Um Estoque Limitado
Após a última missão do ônibus espacial em 2011, a NASA tinha 14 motores RS-25. Eles possuem cerca de 50.000 peças. Com peças suficientes para construir mais dois, a NASA dispõe de motores para quatro voos do SLS.
Os RS-25 foram projetados na década de 1970. Na década de 1990 e 2000, a NASA construiu uma série de motores atualizados, mas com arquitetura semelhante. Apesar de serem antigos, eles são considerados de alta performance e confiabilidade. No programa do ônibus espacial, eram reutilizáveis, mas no SLS serão descartados após cada missão.
A compra de novos motores custa cerca de US$ 100 milhões por unidade. Isso, juntamente com o custo alto do SLS, pode dificultar campanhas de exploração espacial duradoura.
A NASA já instalou o primeiro de uma nova leva de motores RS-25 num estande de testes no Mississippi. Isso prepara o terreno para os testes antes do lançamento do quinto foguete SLS. O futuro do programa SLS é incerto, com discussões sobre possível cancelamento em favor de foguetes comerciais mais baratos.
Em resumo, a troca inesperada de um motor mais novo por outro mais velho demonstra os desafios e as complexidades da exploração espacial. Recursos limitados e altos custos são fatores que precisam ser considerados para garantir a sustentabilidade de missões futuras.
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Fonte: Ars Technica