A NASA está com um problema: o orçamento proposto pela administração Trump para a agência espacial americana prevê cortes drásticos nas atividades da Estação Espacial Internacional (ISS). Isso significa menos astronautas, menos pesquisas e um futuro incerto para a estação. Mas como a NASA pretende lidar com isso? Vamos explorar as possibilidades.
Planos de corte: um futuro incerto para a ISS
O orçamento proposto sugere reduções significativas no financiamento para a ISS, visando economizar 508 milhões de dólares de um orçamento anual de cerca de 3 bilhões. Para cumprir essa meta, a NASA estuda algumas medidas drásticas.
- Redução da tripulação das missões Crew Dragon: De quatro para três astronautas por missão, a partir da Crew-12 em fevereiro de 2026.
- Missões mais longas: Extensão da duração das missões na ISS de seis para oito meses.
- Cancelamento de upgrades: Fim das atualizações do Espectrômetro Magnético Alfa (AMS), um instrumento científico de 2 bilhões de dólares acoplado à estação.
Nem tudo está decidido
É importante lembrar que este orçamento ainda não é definitivo. As negociações com o Congresso ainda podem modificar significativamente esses planos. Ainda assim, essas medidas, ou algo semelhante, seriam necessárias caso os cortes propostos sejam aprovados.
Algumas mudanças parecem razoáveis. Extender as missões de seis para oito meses reduziria o número de viagens tripuladas, diminuindo custos com transporte. Essa medida também se alinha aos planos da Roscosmos para suas missões Soyuz.
O cancelamento das atualizações do AMS também não seria catastrófico, embora reduza a quantidade de dados coletados por esse importante experimento. O AMS já opera desde 2011 e coletou uma grande quantidade de informações.
Redução da tripulação: um golpe significativo
A proposta mais impactante é a redução da tripulação de quatro para três astronautas por missão Crew Dragon. Isso significa que, na prática, a NASA teria 50% menos astronautas a bordo. A consequência direta seria um declínio significativo na pesquisa científica realizada na ISS.
Essa medida parece contraditória. Depois de décadas e bilhões de dólares investidos na ISS, reduzir sua atividade científica parece um desperdício de recursos e potencial.
A NASA ainda não divulgou a tripulação da Crew-12, mas fontes indicam que Jessica Meir e Jack Hathaway estavam designados para a missão. Se os cortes forem aprovados, um deles provavelmente será retirado.
E agora?
O futuro da ISS permanece incerto. O processo orçamentário é longo e complexo, com o Congresso tendo a última palavra. O Congresso geralmente demonstra apoio à ISS, e o próprio indicado para liderar a NASA, Jared Isaacman, se manifestou a favor da maximização da pesquisa científica na ISS.
Apesar do discurso favorável à ciência, a divergência entre o desejo da Casa Branca de focar em pesquisas relacionadas à Lua e Marte e a vontade de Isaacman de priorizar o desenvolvimento de uma economia orbital comercial cria um cenário complexo e imprevisível.
A situação é tensa, e o futuro da ISS depende de um delicado jogo político e orçamentário. Aguardaremos os próximos capítulos dessa história.
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Fonte: Ars Technica