Saudade daqueles momentos desafiadores em Monster Hunter? Lembra daquela sensação de frustração misturada com a imensa satisfação da vitória? Eu sinto falta disso. Neste post, vamos relembrar o que tornava a experiência de Monster Hunter tão… única, mesmo com suas dificuldades.
Sou main de Insect Glaive em Monster Hunter, sempre fui e sempre serei. Adoro a precisão, a acrobacia. Voar pelo ar, girando aquela grande arma, me lembra a infância, quando colocava meu boneco do Donatello na secadora – ciclo pesado. Que criaturas majestosas, eu e o Donatello. Esse é meu lugar feliz.
Trazendo a Tediura de Volta para Monster Hunter
Conversando com um colega caçador sobre Monster Hunter Wilds, ao dizer que sou main de Glaive, ele debochou: “Parece que você faz tanto esforço para algo tão simples. Não preciso dar 14 cambalhotas e um mortal a cada ataque. Por que não simplesmente ‘bonkar’ com um martelo grande? Fácil, fácil.” Respondi: “Sim, dá muito trabalho. Essa é a graça.”
“Fazer tanto esforço para algo tão simples” poderia ser o slogan oficial de Monster Hunter – pelo menos, costumava ser. Não quero ser aquele que diz “no meu tempo era diferente”. Estou feliz que Wilds atrai muitos fãs novos. A simplificação é atraente. Mas muitas tarefas tediosas que a série era conhecida fizeram Monster Hunter o que é. Capcom jogou o bebê fora com a água do banho, e acho que é hora de trazer de volta um pouco dessa ‘fricção’.
Se Monster Hunter Wilds é seu primeiro jogo, aqui vão alguns exemplos do que estou falando. Para saber o ponto fraco e resistências elementais de um monstro em Wilds, basta abrir o menu, ir ao guia de campo e ler a entrada do monstro. Fácil, fácil.
Em Monster Hunter World, o processo era diferente. Você só acessava o guia falando com a ecologista no acampamento base. Se já saiu, azar o seu. Mesmo lutando contra um monstro, você não sabia tudo sobre ele. Por que saberia?
Para ver os materiais que ele dropa, suas fraquezas e resistências, você precisava pesquisar o monstro. Ganhava progresso coletando rastros, mas muito mais ao lutar repetidamente. Quanto mais níveis, mais descobertas. Para dominar Monster Hunter World, precisava repetir isso para 71 monstros.
Wilds elimina essa mecânica, e para muitos, essa é uma mudança bem-vinda. Era muito trabalho aprender sobre os monstros, mas Wilds dá de graça. Isso torna a caça mais rápida e acessível? Sim. Mas melhor? Não sei.
Essa simplificação muda a experiência fundamentalmente. É mais fácil ir de caçada em caçada, mas elas têm significado? São memoráveis? Removendo a pesquisa, perde-se a narrativa, o RPG e a construção de mundo que tornavam Monster Hunter tão cativante. Essa profundidade é o que mantinha jogadores em World por centenas de horas. Wilds estreita o apelo para criar uma experiência menos exigente, mas acho que isso prejudica jogadores novos e antigos.
Suar no Detalhe Torna Monster Hunter Mais Divertido
Se o exemplo anterior te fez pensar “bom para você, mas eu não faria tudo isso”, você vai odiar este. Vamos falar sobre pesquisa botânica e coleta de itens. Em World, você cultivava seus materiais no acampamento base. No início, só podia plantar algumas ervas, mas progredindo e completando missões secundárias, desbloqueava slots extras, fertilizantes e suplementos que aceleravam o crescimento e aumentavam a quantidade de materiais.
Este sistema exigia microgerenciamento entre caçadas até desbloquear o solo macio e o fertilizante que estendia os outros por cinco caçadas. Com a configuração certa, só precisava reabastecer o solo a cada cinco caçadas, e os fertilizantes duravam infinitamente. Era o processo para manter suprimentos de mega poções, antídotos e armadura.
Em Wilds? Você fala com um aldeão, diz o material desejado, e ele te entrega depois. No final do jogo, Nata centraliza tudo. Basta visitá-lo e coletar materiais de todos os aldeões. Não há nada para desbloquear, nenhum projeto para gerenciar. Escolha os itens e os receba. Fácil, fácil.
Sei que Wilds facilita, e explicando a fazenda de World, pode parecer ruim. Mas prometo: quanto mais sistemas você interage, mais satisfatório Monster Hunter é. Pesquisa de monstros e botânica fazem parte da preparação, e isso te torna um melhor caçador. Você não cresce apenas com armas mais fortes e apertando botões mais rápido, você precisa pensar e agir como um caçador.
Monster Hunter Wilds ainda é ótimo, mas falta a atenção aos detalhes que tornavam os jogos antigos incríveis simuladores de caça. Wilds é um jogo de ação excepcional, mas existem muitos. As ‘fricções’ que tornavam Monster Hunter único o tornavam especial. A cada remoção dessas coisas, por mais tediosas que fossem, Monster Hunter se torna mais e mais como qualquer outro jogo.
Em resumo, a simplicidade de Wilds atrai novos jogadores, mas a complexidade e o desafio dos sistemas antigos criavam uma experiência mais rica e memorável. A tediura, em alguns casos, era parte integrante do charme.
Compartilhe suas experiências: você sente falta de algum elemento mais “teioso” dos jogos antigos de Monster Hunter?
Fonte: The Gamer