A emocionante jornada europeia para pousar em Marte teve mais um capítulo! Já se passaram quase duas décadas desde que a ESA idealizou a missão ExoMars, um projeto repleto de desafios e reviravoltas. Será que desta vez conseguiremos ver o rover Rosalind Franklin explorando o solo marciano?
Com um custo superior a US$ 1,3 bilhão, a ExoMars representa a terceira tentativa da Europa de alcançar um pouso bem-sucedido em Marte. Mas o caminho até lá tem sido um verdadeiro teste de resiliência, marcado por tensões geopolíticas, cortes orçamentários e mudanças constantes no projeto.
Décadas em construção
A missão ExoMars, inicialmente planejada para 2011, com parceria da NASA e um foguete Soyuz, sofreu diversas alterações ao longo dos anos. A NASA, em 2009, propôs o foguete Atlas V, para depois, a ESA se unir à Roscosmos, utilizando um foguete Proton.
Em 2012, problemas orçamentários fizeram a NASA abandonar o projeto. Esse revés forçou a ESA a fortalecer sua parceria com a Roscosmos, que ficou responsável pelo módulo de descida. A data de lançamento, inicialmente em 2011, foi adiada sucessivamente para 2018 e 2020.
Testes de paraquedas, em 2019, apresentaram falhas significativas, adiando ainda mais o lançamento. A pandemia de COVID-19 agravou a situação, resultando em outro adiamento.
Mais atrasos e uma nova parceria
Em 2022, a invasão da Ucrânia pela Rússia interrompeu a colaboração entre a ESA e a Roscosmos. Em uma reviravolta surpreendente, a ESA e a NASA retomaram a parceria. A NASA concordou em fornecer um foguete, um motor para o módulo de descida e unidades de aquecimento radioativo.
Recentemente, a ESA anunciou que a Airbus projetará e construirá a plataforma de pouso para a ExoMars e seu rover Rosalind Franklin. Isso incluirá a estrutura de pouso, o sistema de propulsão e os equipamentos de estabilização para o pouso em Marte.
O que acontece agora?
A Airbus está construindo, no mínimo, a terceira versão do módulo de pouso para a ExoMars. Considerando os fracassos anteriores com o Beagle 2 (2003) e o Schiaparelli (2016), a missão exige muito cuidado e atenção aos detalhes. A janela de lançamento para Marte em 2028 se abre em dezembro e se estende até o início de 2029.
As parcerias internacionais continuam sendo um fator de incerteza. A prioridade da NASA em missões a Marte com a SpaceX, usando o Starship, pode levar a novos imprevistos na missão ExoMars. Afinal, a única certeza sobre a ExoMars é a expectativa do inesperado.
A jornada para Marte é longa e desafiadora. Mas a perseverança da ESA e seus parceiros nos mostra que a exploração espacial ainda guarda grandes surpresas. E você, o que acha que vai acontecer com a missão ExoMars?
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Fonte: Ars Technica