Já se perguntou quanta inovação em jogos passa despercebida pelos jogadores? A resposta pode te surpreender! Recentemente, participei de uma palestra na GDC (Game Developers Conference) sobre Metaphor: ReFantazio, e descobri uma perspectiva fascinante sobre a criação de jogos.
Resolvendo Problemas nos Bastidores
Assisti a uma apresentação de Kenichi Goto, o planejador de batalhas chefe do Metaphor: ReFantazio. A palestra, oficialmente chamada “Desenvolvendo Metaphor: ReFantazio e o Potencial dos Sistemas de Batalha RPG Comando”, focou principalmente no processo de testes da Atlus para refinar o sistema de batalha.
Inicialmente, a equipe usava testes internos com relatórios escritos. Parecia simples, mas era difícil para os jogadores e cansativo para os desenvolvedores. Os jogadores tinham que achar algo relevante a cada sessão e os desenvolvedores tinham que ler muitos relatórios.
A solução? A Atlus adotou transmissões ao vivo internas! Uma webcam mostrava simultaneamente o jogo e o jogador. A equipe assistia à jogabilidade e observava as reações dos jogadores em tempo real.
“Precisamos lembrar que pessoas não são máquinas. Mesmo críticas construtivas podem ser negativas demais”, disse Goto. “Apesar de saberem que não era pessoal, a forma escrita as vezes era muito dura.”
A produtividade da equipe aumentou. Eles podiam assistir às transmissões enquanto trabalhavam em outras tarefas. Ler relatórios ocupa muito tempo. Com o novo sistema, podiam observar e trabalhar ao mesmo tempo.
Inovação Invisível aos Jogadores
Essa mudança representou um grande avanço. A equipe identificou e resolveu um gargalo no fluxo de trabalho, melhorando o desenvolvimento de forma significativa. É inovação, tanto quanto a introdução de uma nova mecânica no jogo. Mas, para os jogadores, é completamente invisível.
Um exemplo citado foi um jogador que venceu uma luta facilmente. Para ele, não era algo para relatar. Mas, se o objetivo era que a luta fosse desafiadora, esse detalhe era crucial. Observar diretamente permite identificar e abordar esses problemas específicos.
A palestra de Goto destacou a enorme diferença entre a perspectiva dos desenvolvedores e a dos jogadores. Jogamos o produto final, comparamos com outros jogos e especulamos. Mas só vemos a ponta do iceberg. A experiência me fez perceber a imensa quantidade de trabalho invisível por trás de um jogo.
Em resumo, a palestra mostrou a importância da comunicação e da inovação em processos internos no desenvolvimento de jogos. Muitas vezes, as maiores melhorias são as que ficam invisíveis ao jogador final, mas que impactam significativamente a qualidade do produto.
Compartilhe suas experiências com processos de desenvolvimento de jogos!
Fonte: The Gamer