A Bambu Lab, gigante no mercado de impressoras 3D, lançou uma atualização de sistema que gerou muita polêmica. A empresa prometeu melhorias de segurança, mas a comunidade de usuários levantou preocupações sobre o controle da fabricante sobre seus próprios aparelhos. Será que a Bambu Lab está realmente preocupada com segurança, ou há algo mais por trás dessa atualização?
Imprimindo mais, mexendo menos
A Bambu Lab, desde sua fundação em 2022, se destacou pela velocidade e facilidade de uso de suas impressoras 3D. Suas impressoras multicoloridas, rápidas e com pouca manutenção, chamaram a atenção do público. Mas parte dessa facilidade vem de um sistema mais fechado que seus concorrentes.
Enviar um projeto para impressão geralmente requer o serviço em nuvem da Bambu ou, no “modo LAN”, a transferência manual via cartão SD. A conexão com a nuvem oferece vantagens como monitoramento remoto, e muitos clientes aceitaram essa troca. Porém, outros usuários, que gostam de usar softwares e acessórios de terceiros, temem um futuro baseado em assinaturas para a impressão 3D e veem as preocupações de segurança da Bambu com outros olhos. A própria Bambu reconhece que sua comunicação sobre as mudanças foi problemática.
Acesso autorizado e operações
Em um post de blog, a Bambu Lab anunciou uma “melhoria significativa de segurança” para suas impressoras, permitindo “apenas acesso e operações autorizadas”. A empresa alegou que isso reduziria os riscos de “hacks remotos” e ataques. A Bambu justificou a mudança pelo aumento de solicitações não autorizadas a seus serviços em nuvem, chegando a 30 milhões por dia.
Apesar de incidentes anteriores de tráfego anormal, muitos clientes perceberam um efeito colateral: softwares e ferramentas de terceiros, como fatiadores (que transformam designs 3D em fatias imprimíveis) e telas extras, perderam acesso direto às impressoras. O software “Bambu Connect” passou a ser o intermediário, impactando quem não usa o fatiador da própria Bambu, o Bambu Studio.
“Informações incorretas circulando online”
A repercussão foi tão negativa que a Bambu publicou um segundo post, quatro dias depois, esclarecendo a situação. A empresa negou rumores sobre impressão com assinatura obrigatória, monitoramento remoto de arquivos, bloqueio de filamentos de terceiros e outros temores.
Usar softwares de terceiros via Bambu Connect não mudaria muito, segundo a empresa. A Bambu também mencionou uma atualização do modo LAN: um Modo Padrão com o Bambu Connect, e um Modo Desenvolvedor com funcionalidades como MQTT, transmissão ao vivo e FTP abertas. O bloqueio do protocolo MQTT foi especialmente criticado, pois afetava dispositivos como a tela Panda Touch.
Chave privada já extraída
O YouTuber Jeff Geerling fez um vídeo expressando suas preocupações sobre a mensagem da Bambu, o tratamento dado a hardwares de terceiros e os direitos do consumidor. Ele argumentou que existem maneiras melhores de garantir a segurança do que bloquear o acesso a softwares e hardwares de terceiros.
Em outro blog, foi relatado que a chave privada do certificado do Bambu Connect foi extraída, comprometendo a segurança do sistema. Isso facilitou a criação de ferramentas que pudessem contornar as restrições implementadas pela atualização. O reparador Louis Rossmann também criticou a Bambu, questionando suas políticas de uso e a mensagem passada aos clientes.
Em resposta a perguntas, a Bambu prometeu nunca colocar funções de impressão atrás de assinaturas, nunca restringir o uso de filamentos de terceiros, manter o Modo Desenvolvedor, permitir o controle remoto via LAN e permitir o retorno a versões anteriores do firmware.
Em resumo, a atualização da Bambu Lab gerou muita controvérsia. A empresa alegou motivos de segurança, mas a comunidade questiona a real intenção por trás dessas mudanças. A transparência e a comunicação eficiente são fundamentais para manter a confiança dos clientes.
Compartilhe suas experiências com a atualização da Bambu Lab!