Imagine: você se prepara por anos para a Ordem dos Advogados da Califórnia, um exame crucial para sua carreira. De repente, descobre que parte da prova foi escrita por inteligência artificial! Isso mesmo, a IA secretamente ajudou a criar questões da prova da OAB da Califórnia em fevereiro de 2025, causando um enorme rebuliço no mundo jurídico. Vamos mergulhar nessa polêmica história!
A IA na Prova da OAB: Revelação Chocante
A Ordem dos Advogados da Califórnia (State Bar) revelou que utilizou inteligência artificial para criar uma parte das questões de múltipla escolha do exame de fevereiro de 2025. Foram 23 questões de um total de 171, desenvolvidas com auxílio de IA pela empresa ACS Ventures. Outras 48 questões vieram de um exame de primeiro ano de direito, enquanto a Kaplan Exam Services elaborou as 100 restantes. A notícia gerou indignação entre professores de direito e candidatos.
A revelação veio após semanas de reclamações sobre problemas técnicos e irregularidades durante a aplicação da prova. Candidatos relataram problemas com a plataforma online, atrasos na tela, mensagens de erro, erros de digitação e questões confusas. Essas questões levaram até a um processo judicial contra a Meazure Learning, administradora do exame.
Defesa da Ordem e Críticas Severas
A Ordem defendeu suas práticas, alegando que todas as questões passaram por revisão de painéis de validação de conteúdo e especialistas antes do exame. No entanto, essa justificativa não convenceu muitos. Professores de direito expressaram forte crítica, apontando a gravidade de usar IA para criar questões de um exame tão importante, sem contar a falta de transparência.
Uma professora da Universidade de San Francisco, especialista em preparação para a OAB, considerou a admissão “espantosa”. Ela destacou que a mesma empresa que elaborou as questões geradas por IA também as avaliou e aprovou para uso no exame, levantando preocupações éticas significativas.
Questões da Prova: Um Padrão Questionável
A mudança para um modelo híbrido de prova presencial e remota, aliada a um déficit de 22 milhões de dólares, fez a OAB da Califórnia contratar a Kaplan Exam Services para criar as questões, pelo valor de 8,25 milhões de dólares. Professores já haviam manifestado preocupações sobre a qualidade das questões, mesmo antes da revelação do uso da IA, apontando erros em questões de prática disponibilizadas previamente.
O uso de questões de primeiro ano de direito também gerou controvérsia. Para muitos, uma prova que determina a competência mínima para exercer a advocacia exige um padrão diferente de um exame avaliando o aprendizado do primeiro ano da faculdade.
A Corte Suprema da Califórnia, por sua vez, declarou não ter conhecimento do uso de IA na elaboração das questões até o comunicado oficial da Ordem. Essa falta de comunicação levanta ainda mais questionamentos sobre a gestão do processo.
Consequências e o Futuro da Prova da OAB
Atualmente, a Ordem planeja solicitar à Corte Suprema da Califórnia um ajuste nas pontuações do exame de fevereiro. No entanto, a resistência em retornar aos exames da Conferência Nacional de Examinadores da OAB para julho, citando preocupações com a segurança das provas em testes remotos, demonstra a complexidade da situação. Uma reunião em 5 de maio discutirá possíveis soluções, mas a liberação de todas as 200 questões do exame ou uma rápida volta aos exames da Conferência Nacional parecem improváveis, já que quase metade dos candidatos à OAB da Califórnia deseja manter a opção de teste remoto.
Em resumo, o uso secreto de IA na elaboração da prova da OAB da Califórnia gerou uma crise de confiança, levantando questões éticas e práticas sobre a transparência e a qualidade dos exames jurídicos. O caso certamente terá repercussões significativas no futuro da avaliação profissional na área do direito.
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Fonte: Ars Technica