Você já ouviu falar da Humane e seu AI Pin, um dispositivo que prometia revolucionar a interação com a inteligência artificial? Por US$ 700, o dispositivo, que parecia um broche, prometia integrar assistente de voz, câmera e projetor a laser. Mas a história da Humane e do seu AI Pin é bem mais complexa e, para muitos, um exemplo de fracasso retumbante. Prepare-se para descobrir o que aconteceu!
O Fim Abrupto do AI Pin
Após o lançamento em abril de 2024 e relatos de busca por compradores em maio do mesmo ano, a Humane anunciou seu fechamento. A notícia pegou muitos de surpresa, principalmente os consumidores que adquiriram o AI Pin. A empresa decidiu “desativar” os dispositivos em 28 de fevereiro, impedindo qualquer conexão com os servidores da Humane.
Isso significa que todos os dados pessoais serão deletados permanentemente. Pior ainda: a maioria dos compradores não receberá reembolso, a menos que estejam dentro do prazo de 90 dias para devolução a partir da data de envio original do produto.
A Humane justificou a decisão afirmando que está se dedicando a “novos projetos”. Um desses projetos envolve a venda de ativos importantes, incluindo o sistema operacional CosmOS e propriedade intelectual (mais de 300 patentes e pedidos de patentes), para a HP por US$ 116 milhões.
Reação dos Consumidores
A decisão da Humane gerou indignação entre seus clientes. Muitos se sentem enganados, considerando a falta de suporte e reembolso. Comentários em redes sociais expressam frustração e descrevem a situação como uma “facada nas costas” por parte da empresa.
A atitude da empresa alimentou o ceticismo sobre as intenções da Humane, fundada por ex-executivos da Apple em 2018. Há até mesmo discussões sobre a possibilidade de “jailbreak” do AI Pin para torná-lo de código aberto, permitindo que os usuários continuem a utilizá-lo.
Uma Cadeia de Problemas
O fracasso da Humane não se limita à decisão repentina de desativar o AI Pin. Relatos indicam que a empresa ignorou críticas importantes sobre o produto antes mesmo do lançamento. Problemas com a bateria, consumo de energia e funcionalidades incompletas foram apontados por funcionários e revisores, mas aparentemente ignorados pela direção da empresa.
Além disso, o alto custo do dispositivo (considerando a taxa mensal para serviço celular) e as avaliações negativas contribuíram para o seu fracasso. Retornos de produtos superaram as vendas, e até mesmo um recall do case de carregamento por risco de incêndio agravou a situação.
Apesar da venda de alguns ativos para a HP, a empresa parece não se importar com o destino do hardware do AI Pin. O foco da HP está no software e na equipe de engenharia da Humane.
Lições Aprendidas
O caso do AI Pin serve como alerta para outras empresas que trabalham com tecnologia de inteligência artificial. A falta de atenção a feedbacks, problemas de qualidade e uma comunicação pouco transparente com os clientes podem resultar em um fracasso retumbante, com graves consequências para a imagem da marca e para a confiança dos consumidores.
A prioridade deve ser resolver problemas críticos antes de lançar um produto, e o respeito pelo consumidor é fundamental, mesmo em se tratando de um produto de alta tecnologia. A história da Humane e do AI Pin é um exemplo claro disso.
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Fonte: Ars Technica