Harrison Ford, astro de Indiana Jones e Han Solo, surpreendeu a todos ao elogiar o trabalho de Troy Baker no novo jogo, Indiana Jones and the Great Circle. Mas por que ele fez questão de destacar a atuação humana em detrimento da inteligência artificial? Vamos descobrir!
Em uma entrevista recente, Ford declarou: “Você não precisa de inteligência artificial para roubar minha alma. Já se faz isso por centavos com boas ideias e talento. [Baker] fez um trabalho brilhante, e não levou IA para isso.”
O que os humanos trazem (e sempre trarão) à mesa
Ford está absolutamente certo. A atuação de Baker é fantástica. É uma imitação de Harrison Ford, sim, mas muito boa. Ele capta a cadência de Ford de forma impecável. Baker entrega uma performance com muita vida.
Mas a declaração de Ford vai além da performance específica de Baker. A IA está sendo usada para replicar atuações de atores. Por exemplo, o diretor Fede Alvarez utilizou IA generativa para trazer Ian Holm de volta em Alien: Romulus.
Mas isso já acontecia antes da IA generativa estar pronta para uso comercial. Rogue One usou versões com deepfake de Carrie Fisher e Peter Cushing. The Mandalorian rejuvenesceu Mark Hamill. E Indiana Jones e o Relógio do Destino deu a Ford um rosto superliso em uma cena de flashback. Isso não é IA generativa, mas recorre à tecnologia para uma performance em vez de depender de uma pessoa.
Não são apenas filmes de franquias da Disney. The Irishman, de Martin Scorsese, rejuvenesceu Robert De Niro, Joe Pesci e Al Pacino.
Rejuvenescimento digital perde o toque humano
O rejuvenescimento digital, seja com IA generativa ou não, tende a perder a alma que faz uma performance brilhar. Hamill rejuvenescido em The Mandalorian é um exemplo gritante. A Disney já tinha encontrado um ator parecido com Mark Hamill de 1983, mas, em vez de usar seu rosto, cobriram-no com CGI. A performance entra profundamente no “vale misterioso”.
Tanto o rejuvenescimento quanto a IA tratam a performance como um problema técnico, não um desafio artístico. À medida que as tecnologias melhoram, os cineastas conseguirão reproduções cada vez mais críveis de máquinas. Mas não nos envolvemos com arte apenas pela verossimilhança. É mais divertido ver um comediante fazendo uma imitação excelente do que ouvir um deepfake de IA.
Você pode não ter gostado de Solo: Um filme de Star Wars, mas as performances charmosas de Alden Ehrenreich e Donald Glover como Han e Lando defendem a ideia de simplesmente… reformular um papel. É divertido ver novas pessoas assumirem um papel, ver jovens atores tentando evocar a essência de um ícone do cinema. Sim, um computador acabará conseguindo fazer isso (e já consegue, de certa forma). Mas onde está a diversão nisso?
A tecnologia tornou possível evocar os espíritos dos mortos, mas isso não significa que seja uma boa ideia deixá-los fazer uma sessão espírita.
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Fonte: The Gamer