Vocês já se perguntaram se um jogo incrível poderia ser, na verdade, um pouco… desnecessário? É essa a sensação que Final Fantasy VII Rebirth me deixou. Apesar de ser um jogo visualmente espetacular e com um sistema de combate divertido, algo me incomodou durante minhas dezenas de horas jogando.
Comecei o jogo no lançamento e, mesmo com 30 horas de gameplay, a sensação é de que quase nada aconteceu. A jornada parece se estender sem um propósito claro, o que me levou a um hiato de quase um ano antes de finalmente chegar perto do fim.
Para Onde Vamos e Por Que Devemos Nos Importar?
Rebirth parece ser aquele capítulo intermediário complicado que frequentemente assombra as trilogias. Na tentativa de esticar a história de um jogo ao longo de três, ele acaba se tornando um grande nada. Mas, ao mesmo tempo, está repleto de coisas: locais para visitar, minigames, missões secundárias, colecionáveis e áreas escondidas. No entanto, nenhum desses elementos consegue compensar a falta de urgência narrativa.
Final Fantasy VII Remake não sofria desse problema. Ele criava uma expectativa, pois se limitava à parte de Midgar. Havia um ponto final predefinido: o momento em que Cloud e seus companheiros escapam da cidade com a Shinra em seu encalço. A eco-terrorismo da gangue, a explosão dos reatores e a guerra contra a Shinra davam um propósito claro.
A ameaça iminente de Sephiroth, o mistério dos Sussurros e as perguntas sobre o passado de Cloud criavam ganchos intrigantes. Tudo isso nos impulsionava na história.
Final Fantasy VII Rebirth Tem um Problema de Ritmo
O Remake era mais linear. Podíamos parar e apreciar os detalhes, mas o jogo nos conduzia constantemente. Os minigames eram apenas distrações divertidas. Em Rebirth, porém, eles parecem tão importantes quanto a história. O torneio do Sangue da Rainha, por exemplo, se torna a própria história, paralisando tudo para jogar cartas em um navio de cruzeiro.
Curti esse capítulo isoladamente, mas ele e a seção do Gold Saucer contribuem para a sensação de que o jogo está apenas vagando sem rumo. Gosto de momentos mais leves, mas em Rebirth eles superam em muito os momentos de tensão.
A narrativa é teoricamente impulsionada por uma ameaça (Shinra) e uma recompensa (encontrar Sephiroth), mas a primeira não é urgente e a segunda não é impactante. Membros da Shinra aparecem como chefes, mas nunca representam uma ameaça real. Da mesma forma, Sephiroth surge com tanta frequência nas alucinações de Cloud que sua presença deixa de ser relevante.
Apesar disso, não desgosto do jogo. Toda vez que jogo, me divirto. O combate é instigante, os minigames (especialmente o Sangue da Rainha) são ótimos, e gosto de passar tempo com esses personagens. O problema é que a experiência parece se resumir apenas a isso: passar tempo. É uma viagem onde o destino não importa.
Em resumo, Final Fantasy VII Rebirth é um jogo bonito e divertido, mas que sofre com um ritmo lento e uma falta de urgência narrativa. A abundância de conteúdo, embora positiva, não compensa a sensação de que a jornada não leva a lugar nenhum.
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Fonte: The Gamer