Final Fantasy VII, lançado há quase 30 anos, continua assustadoramente relevante. Por quê? Vamos explorar como este clássico RPG antecipou, com impressionante precisão, alguns dos maiores desafios do nosso mundo atual.
Em 1997, Final Fantasy VII apresentava um futuro sombrio: um planeta esgotado pela ganância corporativa. Grupos de eco-terroristas, como o Avalanche, lutavam contra conglomerados tecnológicos poderosos. Eles pareciam heróis, mesmo destruindo reatores poluidores. Uma abordagem ousada para um RPG dos anos 90!
Mas era o fim do jogo, o ponto crítico da crise climática. O relógio do juízo final tinha zerado, e o grupo improvisado do Avalanche era a única esperança. Torcemos por eles, certo? Como Barret dizia: “O planeta está morrendo”. Nunca imaginei que chegaríamos tão perto tão cedo.
O Verdadeiro Poder Está na Energia
Na história, a Shinra Electric Power Company, com seu exército particular e seu presidente, controlava Midgar. O prefeito era um fantoche, mantendo a fachada da democracia. Essa situação lembra o alerta feito por alguns sobre o poder de bilionários influentes nos governos.
Com influência significativa em diversos setores governamentais e capacidade de interromper fundos federais e fechar departamentos, uma quantidade sem precedentes de poder está concentrada em um único bilionário, não eleito. É um futuro assustadoramente similar ao de Final Fantasy VII, onde os ricos tomaram o controle do governo para eliminar regulamentações que impediam o aumento desenfreado de poder.
Senadores foram negados acesso a prédios governamentais por empresas de segurança privadas, enquanto funcionários jovens tinham acesso a sistemas de alta segurança. Isso foi descrito por alguns como um “golpe plutocrático”, com a imprensa comparando a situação ao poder de um presidente não eleito.
Enquanto isso, tensões globais aumentavam com ameaças de anexação de territórios ricos em recursos naturais. A justificativa era a segurança nacional, mas muitos viram nisso uma forma de obter acesso a terras ricas em minerais essenciais para a tecnologia moderna.
A ideia de “segurança nacional” para justificar a apropriação de recursos naturais lembra as ações da Shinra em Final Fantasy VII, invadindo e explorando outros países para instalar usinas de energia sem consentimento.
Iniciativas de Energia Limpa Sendo Destruídas
Com bilionários controlando o poder e manipulando o governo, o cenário está posto. A Shinra, com seu líder fantoche e sem regulamentação, extraía Mako em ritmo alarmante. Isso drenava a força vital do planeta. É uma alegoria clara da crise climática.
Atitudes que privilegiam a exploração de combustíveis fósseis, mesmo com o aumento de catástrofes climáticas, são alarmantes. Vimos inúmeros desastres climáticos, de incêndios florestais a deslocamento de milhares de pessoas devido a enchentes. A crise climática não é um futuro distante; é uma realidade assustadora.
Planos de expansão da extração de petróleo, abandono de acordos climáticos internacionais e suspensão de projetos de energia limpa demonstram uma clara priorização de interesses imediatos em detrimento da saúde do planeta.
30 Anos Depois, Final Fantasy VII Continua Aqui
Final Fantasy VII nunca foi sutil. A divisão de classes era clara: os pobres nos cortiços e a elite em uma cidade flutuante. Uma empresa monopolística esgotava a vida do planeta. Usinas de energia monstruosas poluíam o ar e envenenavam a população próxima.
Uma empresa incrivelmente rica tomou o controle do governo, transformando Midgar em um regime tecnofacista. Um prefeito fantoche mantinha a aparência de democracia. As consequências da crise climática eram claramente mostradas no contexto de uma oligarquia não eleita. E isso é exatamente o que estamos vendo hoje.
A Shinra se tornou ingovernável, e testemunhamos isso em tempo real com o enfraquecimento de organizações ambientais, a substituição da energia limpa por combustíveis fósseis e o aumento da desigualdade social. Em menos de 30 anos, estamos testemunhando o futuro distópico de Final Fantasy VII com nossos próprios olhos.
A semelhança entre a ficção de Final Fantasy VII e a realidade atual é perturbadora. A mensagem do jogo sobre a responsabilidade ambiental e os perigos do poder corporativo ecoa com força nos dias de hoje.
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Fonte: The Gamer
