Você já se perguntou se os investimentos bilionários em tecnologia realmente garantem o domínio global de um país? O investimento de US$ 100 bilhões da TSMC nos EUA para a fabricação de chips avançados, será que vai mesmo reerguer a indústria americana de semicondutores? A resposta, segundo o ex-CEO da Intel, Pat Gelsinger, pode ser mais complexa do que imaginamos.
O investimento da TSMC e a liderança americana em chips
Recentemente, a Casa Branca comemorou o investimento da TSMC, a maior fabricante de chips do mundo, como um grande passo para trazer de volta a produção de semicondutores de ponta para os EUA. Mas Gelsinger discorda. Ele afirma que investir em fábricas sem investir em pesquisa e desenvolvimento (P&D) nos EUA não garante a liderança no setor.
“Se você não tem P&D nos EUA, não terá liderança em semicondutores nos EUA,” disse Gelsinger.
Todo o trabalho de P&D da TSMC é feito em Taiwan. Sem o desenvolvimento de novas tecnologias no solo americano, a produção local, por mais avançada que seja, não garante a supremacia global. A fabricação será transferida, mas a inovação permanecerá concentrada em Taiwan.
Ameaças e incentivos
Gelsinger reconhece que as ameaças de tarifas impostas pela administração Trump tiveram um impacto positivo, incentivando empresas como a TSMC a investirem nos EUA. Apesar disso, esse incentivo se mostra insuficiente para garantir o domínio americano na área. O investimento foca na produção, não na inovação.
A saída de Gelsinger da Intel e suas implicações
A saída de Gelsinger da Intel foi interpretada como uma rejeição ao seu ambicioso plano de revitalizar a base de manufatura da empresa. Ele declarou que não concluiu seu plano de cinco anos e que perdeu a confiança do conselho administrativo antes do previsto. Seu sucessor ainda não definiu uma nova estratégia.
Apesar da perda de sua posição, Gelsinger destaca que os EUA ainda mantém vantagem em outras tecnologias avançadas, como a inteligência artificial.
O futuro da tecnologia e a liderança americana
Gelsinger minimiza a ameaça da DeepSeek, uma empresa chinesa de IA, afirmando que seus avanços são importantes, mas não representam inovações radicais ou grandes descobertas. Ele investe agora em empresas que desenvolvem tecnologias de ponta, incluindo lasers avançados para litografia e computação quântica.
Ele acredita que a inteligência artificial ainda é muito cara e para se tornar acessível a todos, uma redução drástica no custo da inferência é necessária.
Conclusão
O investimento da TSMC nos EUA é um passo importante, mas não garante a retomada da liderança americana na indústria de semicondutores. A falta de investimento em P&D nos EUA é o calcanhar de Aquiles. A verdadeira inovação, a criação de novas tecnologias, é fundamental para determinar o futuro do setor. Novas tecnologias, como a computação quântica e a redução nos custos de inferência da IA podem ser as chaves para a retomada da hegemonia americana.
Compartilhe suas experiências e opiniões sobre o futuro da indústria de semicondutores!