A Agência Espacial Europeia (ESA) está de portas abertas para novas empresas no mercado de lançamento espacial europeu! Será que essa nova estratégia vai decolar, ou vai ficar apenas no papel? Prepare-se para descobrir!
A ESA lançou o “European Launcher Challenge”, um programa para injetar competição no mercado europeu de lançamentos espaciais. A ideia é criar um ecossistema parecido com o dos Estados Unidos, com várias empresas competindo. Será que vai dar certo?
De um para muitos?
Atualmente, a ESA e outras instituições europeias trabalham principalmente com a Arianespace, operadora dos foguetes Ariane 6 e Vega C (este último em breve sob a responsabilidade da Avio). Ambos foram desenvolvidos com financiamento da ESA.
O “European Launcher Challenge” se inspira no modelo da NASA, que começou a contratar empresas privadas há quase 20 anos. A NASA utilizou esse método para o transporte de carga e tripulação para a Estação Espacial Internacional, inclusive para missões lunares.
Uma abordagem diferente
A ESA está adotando uma postura mais “mão-leve” neste desafio. Um dos poucos requisitos é que as empresas ofereçam um “serviço de lançamento europeu” a partir do território europeu, incluindo o Centro Espacial da Guiana Francesa.
A ESA não está definindo requisitos específicos de desempenho, reusabilidade ou o número de empresas a serem selecionadas. O objetivo é ter um número mínimo de participantes para garantir que o apoio da agência seja significativo.
Os projetos de lançamento liderados pela ESA foram extremamente caros. O desenvolvimento do Ariane 6 custou mais de 4 bilhões de dólares aos governos europeus.
Próximos passos
A aprovação do “European Launcher Challenge” pelos 23 estados-membros da ESA aconteceu em 2023. A ESA abriu uma licitação para empresas europeias, com prazo de envio das propostas em maio de 2025. No verão, a ESA selecionará as melhores propostas e preparará um pacote de financiamento para aprovação em novembro.
Os principais fatores a serem considerados são o plano de negócios, a credibilidade técnica e a credibilidade financeira de cada proponente.
Financiamento e desafios
A ESA reservou até 169 milhões de euros (aproximadamente 182 milhões de dólares) por empresa selecionada. Mas há um detalhe: a ESA e as empresas vencedoras precisarão convencer seus governos a liberar o dinheiro.
A indústria espacial americana é bem diferente da europeia. Existem várias empresas privadas americanas, com maior acesso a investimentos e apoio governamental. Empresas como SpaceX, Blue Origin e United Launch Alliance dominam o mercado.
A diferença não se deve apenas ao tamanho da economia americana, mas também a uma cultura de investimento e inovação no setor espacial.
Abra sua carteira, por favor
A estrutura de governança da ESA não permite decisões rápidas. Os estados-membros aprovam o orçamento em ciclos multianuais, mas a aprovação de novos projetos leva tempo. Existe uma expectativa de retorno geográfico (geo-return), com benefícios para os países que investem.
A França, por exemplo, sempre investiu fortemente em lançamentos independentes. O desenvolvimento do foguete Ariane é em grande parte uma iniciativa francesa.
Este modelo está ficando obsoleto na era do espaço comercial. Startups europeias estão desenvolvendo lançadores menores, mas ambicionam criar lançadores maiores no futuro.
A ESA experimentará um novo modelo de financiamento: o “fair contribution”. A agência pedirá aos países que mais se beneficiarão com as empresas selecionadas que contribuam com a maior parte do financiamento.
Por exemplo, se a Isar Aerospace (Alemanha) ganhar, espera-se que a Alemanha e a Noruega contribuam mais. Se a MaiaSpace (França) ganhar, a França será a principal financiadora.
A ESA espera que várias empresas consigam financiamento, mas não necessariamente todas. O sucesso dependerá da credibilidade e da capacidade das empresas de cumprir seus contratos.
Se os contratos forem financiados, a ESA trabalhará com a Comissão Europeia para atribuir satélites para lançamento nos novos foguetes comerciais.
O “European Launcher Challenge” não é apenas uma competição, mas um grande desafio para criar um mercado espacial europeu mais competitivo e independente.
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Fonte: Ars Technica