Já se perguntou o que acontecia nos bastidores de uma premiação de games como o DICE Summit? Eu fui, e o que descobri foi ainda mais bizarro do que no ano passado!
Nos últimos anos, trabalhei escrevendo para o DICE Awards. Junto com outros roteiristas, criávamos piadas e apresentações para a cerimônia. É um processo que envolve muitas frases em um documento, com comentários tipo “Isso é muito engraçado” ou “Isso é engraçado, mas queremos continuar com emprego”.
Mas o DICE é mais que uma premiação…
O evento também inclui um summit com grandes nomes da indústria de games, discutindo problemas e desafios. Muitos paineis sérios sobre a criação de jogos aconteceram. Infelizmente, eu, um completo idiota, não fui convidado para esses debates. Tinha meu crachá, mamãe! Só que não contribuo muito além de “Pare com isso”, “Vamos lá, pessoal” e “Sério, chega!”.
Minha descoberta em Las Vegas
Em vez dos paineis, passei meu tempo em Las Vegas na Retro City Games. Lá, encontrei algo ainda mais absurdo que no ano anterior: The 2006 Gamer’s Tome of Ultimate Wisdom: An Almanac of Pimps, Orcs, and Lightsabers. O título é deles, não meu!
Para quem é esse livro? Para mim!
Eu amo artigos e itens estranhos de videogame, e este definitivamente não era um livro que alguém compraria. Exceto eu. Em 2025, eu sou a pessoa (de bilhões) que decidiu comprar um guia de videogame de 2006. E estou muito feliz, porque é hilário e fascinante em igual medida. Um texto de uma época antiga, antes das guerras culturais transformarem os criadores de personagens de RPG em campos de batalha.
Não me entendam mal, este livro não é de uma época melhor nos games, apenas de uma diferente. Acho que era mais para pais tentando acompanhar os filhos, mas também visava fãs de todos os tipos. Difícil dizer para quem é, exceto para mim, 20 anos depois.
Contém dicas e truques, mas poucos. Inclui descrições de jogos, mas só visões gerais. O tipo de livro que você pediria emprestado na biblioteca na infância se seus pais não permitissem internet, talvez?
Cada mês tem sua própria página de título com um resumo e uma lista de “fracassos do mês”. A página de fevereiro, no entanto, está quase caricaturalmente em branco. Não havia muito o que colocar ali.
A estrutura bizarra
Tenho que comentar também sobre a estrutura deste livro de 19 anos atrás que comprei por US$ 5. É chamado de guia de 2006, mas foi publicado em dezembro de 2005 e, principalmente, analisa os doze meses anteriores de jogos, acrescentando alguns comentários. Outras partes falam sobre os grandes jogos futuros que iriam nos surpreender. Hilário quando se chega a StarCraft: Ghost, porque o livro tem certeza de que seria lançado em breve. Não foi.
Ri muito ao ler que StarCraft: Ghost havia sido anunciado lá em 2002.
Os Games Mudaram Muito
Esquecemos que longos atrasos em lançamentos de jogos eram incomuns. Lembra de Duke Nukem Forever? Nossa! Agora, os ciclos de desenvolvimento levam anos, custam centenas de milhões de dólares e prejudicam a equipe no final, independente do sucesso financeiro. Naquela época, a ideia de um jogo levar três anos para ser lançado era inacreditável. Éramos tão inocentes. Ainda não tínhamos chegado à armadura de cavalo de Elder Scrolls: Oblivion.
É interessante ler e ver sobre o que as pessoas reclamavam. Há uma seção sobre esports que começa com o autor sugerindo que não são esportes de verdade. Ainda há quem pense assim, mas ninguém mais liga muito. É uma discussão antiga, quase refrescante de se ver comparada às batalhas atuais sobre coisas sem sentido.
Não é uma época mais inocente – apenas sabíamos de menos abusos – mas é impressionante lembrar quando cada discussão boba não era sobre qual cor de pele é permitida em um cenário medieval.
Ler esse livro antigo, bobo e confiante é quase relaxante. Não é um guia nostálgico bem feito como os da Limited Run Games ou Bitmap Books. Eu mesmo escrevi o livro mais idiota da biblioteca da Limited Run Games, mas não era nostálgico, nem um guia para o passado.
É tão estranho ler um livro antigo sobre games tão confiante e muitas vezes errado. É como se o almanaque esportivo de Marty McFly estivesse ligeiramente errado. É divertido, refrescante e muito, muito bobo.
Obviamente, esses livros eram comuns. Na verdade, confesso, não é o único livro bobo que comprei: também comprei uma edição antiga do King’s Quest Companion tão velha que não cobre nenhuma das séries lançadas após a década de 1980. Por quê? Porque eu posso, e não há nada mais acontecendo na minha vida.
Compartilhe suas experiências com livros ou itens bizarros de games!
Fonte: The Gamer