Você já se perguntou por que alguns jogos bombam e outros fracassam? Às vezes, o sucesso – ou a falta dele – tem mais a ver com estratégia do que com qualidade. Vamos explorar as diferentes lições que a EA e a Sony estão aprendendo com os jogos de serviço contínuo (live service).
EA e Sony demonstram respostas diferentes ao fracasso
A EA, com 74% de seus negócios vindo de jogos live service, acredita que o fracasso de Dragon Age: The Veilguard se deve à ausência desse modelo. A CEO, Andrew Wilson, afirma que para alcançar um público maior, jogos precisam de recursos de mundo compartilhado e engajamento profundo. The Veilguard, apesar de bem avaliado, não atingiu uma audiência ampla o suficiente.
Curiosamente, o novo EA Sports FC também teve desempenho abaixo do esperado. Isso mostra que a fórmula “live service = sucesso” não é uma verdade universal.
Em contraponto, a Sony está encerrando alguns projetos live service baseados em IPs de sucesso como Horizon Zero Dawn, Spider-Man e God of War, além de um novo jogo de serviço contínuo do estúdio Bend (criador de Days Gone). A Naughty Dog também cancelou o multiplayer de The Last of Us. Há alguns anos, a Sony tinha 12 jogos live service em desenvolvimento. Apesar do sucesso de Helldivers 2, Concord foi um grande fracasso, mostrando que uma abordagem única não funciona para todos.
Dragon Age não pode ser Apex Legends
A EA quer mais jogos que gerem muito dinheiro, mas essa ambição não significa que Dragon Age deva copiar o modelo de Apex Legends. Jogos não são apenas números; tentativas de forçar elementos live service em jogos narrativos, como aconteceu com Anthem, podem resultar em fracasso. O próprio Veilguard inicialmente planejado como live service, tornou-se single-player precisamente por isso.
A Sony, por outro lado, aprendeu com os erros de Concord e mudou de direção. O mercado está saturado de jogos live service. Jogos ainda se destacam, mas a maioria dos jogadores já encontrou seu jogo favorito nesse modelo. O que funcionou em 2019 não funciona necessariamente em 2025.
A decisão da BioWare de reestruturar The Veilguard como single-player foi acertada. O problema é que o resultado ainda não foi um bom jogo single-player. O sucesso de Kingdom Come: Deliverance 2, com quase 160.000 jogadores simultâneos, demonstra que a qualidade intrínseca e a narrativa consistente ainda são importantes fatores para atrair o público.
Espero que a BioWare tenha sua recuperação, mas isso não acontecerá se a EA tentar transformá-la em uma cópia da Respawn. A Sony reconheceu o erro de transformar suas franquias single-player em jogos live service. Espero que a EA faça o mesmo.
Compartilhe suas experiências com jogos live service e single-player! O que você acha que funciona melhor?