Você já se perguntou o que realmente há por trás da tecnologia QLED das TVs? As propagandas prometem cores vibrantes e brilho excepcional, mas será que tudo isso é verdade? Recentemente, surgiram teorias e até processos judiciais questionando a real utilização de pontos quânticos (QDs) em alguns modelos. Vamos mergulhar nesse debate e descobrir o que está acontecendo!
O que as TVs QLED *deveriam* fazer
As TVs que utilizam pontos quânticos deveriam oferecer uma gama de cores mais ampla e brilho superior em comparação com seus equivalentes LCD-LED sem QD. Fabricantes afirmam que seus modelos QLED entregam “uma gama mais ampla de cores”, “melhor cobertura de cores” e “imagem mais brilhante”.
Televisor com pontos quânticos de fabricação adequada e quantidade suficiente de QDs são legítimos. Exemplos excelentes, com preços mais altos que os rivais sem QD, oferecem imagens brilhantes com amplas gamas de cores e impressionante volume de cores (a quantidade de cores que uma TV exibe em vários níveis de brilho). Uma TV com bom volume de cores consegue mostrar muitos tons claros e escuros de verde, por exemplo.
Testes detalhados mostram que uma TV com bom volume de cores faz com que “o conteúdo pareça mais realista”, enquanto “TVs com baixo volume de cores não mostram tantos detalhes”. Este é o grande diferencial do QLED. Um televisor QLED adequado pode ser mais brilhante que um OLED e ter um volume de cores notavelmente melhor do que algumas telas LCD-LED de alta qualidade sem QD.
TVs QD acusadas de não ter QDs
Recentemente, testes independentes sugeriram que algumas TVs comercializadas como QLED não utilizam a quantidade de cádmio ou índio esperada em televisores com pontos quânticos. Os resultados indicam que a quantidade desses elementos químicos é tão baixa que fica abaixo do limite de detecção dos equipamentos utilizados nos testes.
Um fabricante disse não poder comentar sobre os detalhes devido a processos judiciais em andamento e que garante que a sua linha de produtos de alto desempenho oferece precisão de cores incomparável.
“Isso não é bom para a indústria”
Um fabricante que não fala a verdade sobre os QDs em suas TVs pode arruinar sua reputação. Mas um esquema que exija a criação de filmes falsos, sem QD, seria caro — quase tão caro quanto fazer filmes QD reais.
O que provavelmente está acontecendo é que as TVs em questão usam QDs para a cor, mas também empregam fósforos mais baratos para fazer grande parte do trabalho pesado. No entanto, mesmo essa explicação levanta questões sobre a ética de classificar essas TVs como QLED.
Analistas concordam que TVs QD que combinam QDs e fósforos são mais comuns em TVs de baixo custo com margens baixas. Fabricantes têm tentado reduzir a concentração de pontos quânticos para reduzir custos, mas agora atingiram níveis indetectáveis de pontos quânticos. Isso não é bom para a indústria como um todo e prejudica a confiança dos consumidores nos produtos.
Fósforos causando confusão
O uso de fósforos em conjunto com QDs em TVs já foi documentado anteriormente. Em análises de alguns modelos, constatou-se que a contribuição dos pontos quânticos para a reprodução de certas cores era mínima, sendo a maior parte proveniente de fósforos. Embora o uso de fósforos não seja necessariamente negativo, sua presença em TVs classificadas como QLED pode levantar dúvidas sobre a precisão da classificação.
Nem só a marca em questão utiliza fósforos para melhorar as capacidades de cor das suas TVs QLED — e provavelmente reduzir os custos de fabricação.
Há um contínuo quase completo de designs de TVs, que vão desde o uso apenas de fósforos até o uso apenas de QDs, com qualquer tipo de mistura entre eles.
Melhores testes, por favor
Por que os fabricantes não fornecem resultados de testes mais detalhados e transparentes? A falta de informações detalhadas prejudica o consumidor que busca informações precisas para embasar sua decisão de compra. A disponibilização de dados completos sobre a gama de cores e precisão das TVs QLED contribuiria para uma maior transparência e confiança no mercado, além de esclarecer se a tecnologia QLED está realmente presente e contribuindo significativamente para a performance do produto.
Uma bagunça criada pelo marketing
O consumidor médio não se importa com os componentes internos da TV. O que realmente importa é a qualidade da imagem e se a TV faz o que promete. A falta de transparência e testes confiáveis gera descrença e leva a questionamentos sobre a veracidade das informações fornecidas pelos fabricantes.
Processos judiciais recentes mostram a crescente preocupação dos consumidores com a possibilidade de serem enganados. Essas ações também trazem à tona questões importantes sobre o desempenho que um produto deve oferecer antes de poder usar o rótulo “QLED”.
Compartilhe suas experiências com TVs QLED. Você já teve alguma decepção? Conte-nos nos comentários!
Fonte: Ars Technica