Você já imaginou ter sua empresa, uma empresa de tecnologia inovadora, repentinamente excluída do sistema financeiro? Isso aconteceu duas vezes com a ConsenSys, empresa de software Ethereum, e a história, contada pelo próprio CEO, Joe Lubin, é surpreendente e intrigante. Vamos desvendar os detalhes deste caso.
A ConsenSys, famosa pela carteira digital MetaMask, enfrentou duas vezes as consequências daquilo que pode ser considerado uma “Operação Chokepoint 2.0”. Nesta operação, autoridades norte-americanas pressionaram bancos para cortar relações com empresas de criptomoedas.
A Primeira Tentativa de “Debanking”
A primeira experiência da ConsenSys com a Operação Chokepoint foi rápida e direta. Um banco parceiro, sem que o nome fosse revelado por Lubin, fechou a conta da empresa e a conta pessoal do CEO. A comunicação foi lacônica, uma carta formal sem maiores explicações.
A Segunda Tentativa e a Resistência de um Banco
A segunda tentativa de “debanking” foi diferente. Um grande banco americano, que segundo informações posteriores trata-se do Wells Fargo, resistiu inicialmente à pressão das autoridades. Lubin destaca a atitude do banco, afirmando que, apesar da pressão, a instituição financeira demonstrava preferência em manter o relacionamento comercial, considerando a ConsenSys uma cliente valiosa.
Uma Luta Contra o Tempo
O banco relatou à Consensys a enorme pressão da qual estava sendo alvo, indicando sua intenção de adiar o fechamento da conta o máximo possível. O relato demonstra a dificuldade enfrentada por empresas no setor de criptomoedas para manterem relacionamentos financeiros tradicionais em face à pressão regulatória.
O Inevitável Fim
Apesar da resistência inicial, a pressão se mostrou insuportável. O banco, eventualmente, se viu obrigado a encerrar a conta da ConsenSys. Apesar do ocorrido, a ConsenSys estava preparada. A empresa tinha contas de backup, garantindo a continuidade das operações, minimizando possíveis impactos negativos.
Um Novo Capítulo e um Ato de “Boa Vontade”?
Após a vitória eleitoral, o gerente de relacionamento do banco americano em questão entrou em contato com o diretor financeiro da ConsenSys, demonstrando um interesse em restabelecer a relação comercial, até mesmo propondo um encontro informal.
O Contexto Político e a “Operação Chokepoint 2.0”
A “Operação Chokepoint 2.0” representa uma nova fase na relação entre o setor de criptomoedas e as autoridades norte-americanas. Como na operação original, lançada sob o governo Obama e dirigida a setores como o de empréstimos de curto prazo e o comércio de armas de fogo, há uma tendência de dificultar o acesso ao sistema financeiro tradicional de empresas consideradas “problemáticas” pelo governo.
Debates públicos sobre a questão do “debanking” de empresas de criptomoedas se intensificaram recentemente, com participação de figuras relevantes do mercado e autoridades políticas. Isso indica que o assunto está ganhando espaço na agenda política dos EUA.
A trajetória da ConsenSys demonstra os desafios enfrentados por empresas de criptomoedas. Apesar das dificuldades com o “debanking”, a empresa encontrou meios de se proteger, mostrando a importância de planejamento e precaução nesse ambiente de forte regulamentação.
Embora alguns bancos tenham demonstrado resistência, no fim das contas, a pressão regulatória muitas vezes se impõe. A experiência da ConsenSys é um alerta sobre as incertezas do mercado e a necessidade de adaptação constante.
Conclusão
A história da ConsenSys, afetada duas vezes pela Operação Chokepoint, ilustra a complexa relação entre o setor de criptomoedas e o sistema financeiro tradicional. A resistência de um banco, inicialmente, e a subsequente retirada da relação comercial, evidenciam as pressões regulatórias e os desafios que enfrentam as empresas nesta área. A resiliência demonstrada pela ConsenSys, com planos de contingência e redundância em contas bancárias, destaca a importância de estratégias robustas para enfrentar as incertezas do mercado. A experiência serve como um estudo de caso relevante para outras empresas no setor, enfatizando a importância do planejamento e adaptação constante em um ambiente de regulamentação em transformação contínua.
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Fonte: CoinDesk