Você já se perguntou por que alguns jogos têm mecânicas de tiro tão… frustrantes? Já sentiu que os tiroteios são apenas um obstáculo a mais, em vez de uma parte divertida da experiência? Pois é, eu também! E é sobre isso que vamos conversar hoje, a partir da análise de um jogo que, surpreendentemente, faz algo diferente: Atomfall.
Em Atomfall, as armas são pesadas, as recargas demoram, a precisão é baixa e um tiro no peito nem sempre mata um inimigo desprotegido. Parece ruim, não é? Mas acredite: essa “ruindade” é intencional e brilhante!
Atomfall Não Quer Que Você Resolva Tudo a Tiros
Atomfall é um jogo sobre escassez de recursos. Você precisa usar cada ferramenta à sua disposição para descobrir o que está acontecendo. E, embora tenha armas, o jogo não quer que você as use o tempo todo. As armas são desajeitadas justamente para te incentivar a pensar diferente, a não entrar atirando em todos os problemas.
Não estamos falando de Fallout 4, com armaduras poderosas e armas alienígenas. Em Atomfall, cuidado e precisão são essenciais, mesmo em pequenas escaramuças. Você pode se preparar e usar uma arma como último recurso, mas o jogo te premia por resolver os desafios de forma mais furtiva e inteligente.
O jogo oferece inúmeras maneiras de alcançar seu objetivo, incentivando a exploração e o uso criativo do ambiente. É aqui que vemos a influência dos chamados “immersive sims”, oferecendo liberdade e múltiplas abordagens para cada situação.
A experiência de jogo se assemelha à de outros jogos focados em furtividade, recompensando ações cuidadosas. É como treinar um cachorro: a cada ação correta, você é recompensado. Atomfall te “treina” a jogar do jeito que ele quer — e isso é algo fascinante!
Por Que Atomfall Tem Armas, Afinal?
Se o jogo não quer que você use armas, porque elas existem? Simples: elas são úteis! Você pode precisar de um tiro certeiro em um momento de desespero, ou talvez precise eliminar um inimigo perigoso rapidamente. Além disso, não seria justo você estar desarmado enquanto seus inimigos estão fortemente equipados. A mecânica de saquear corpos e utilizar o equipamento encontrado também é uma parte importante da progressão do jogo.
A solução genial de Atomfall foi tornar as armas difíceis de usar de maneira eficiente. Elas são pesadas, barulhentas, e seu uso pode ser tão perigoso para você quanto para seus inimigos. Isso cria uma tensão incrível e te obriga a pensar estrategicamente.
Eu gosto quando jogos criam essa fricção. A fantasia de poder de um Call of Duty, por exemplo, pode se tornar monótona. Em Atomfall, a dificuldade em usar as armas contribui para uma imersão mais profunda, elevando a experiência de apenas apertar botões para algo muito mais significativo: encarnar um personagem em um mundo novo e desafiador.
Atomfall utiliza as armas de forma inteligente, transformando-as em um recurso perigoso, mas eficaz em situações específicas. Onde em muitos jogos as armas são o caminho fácil, em Atomfall elas são um recurso estratégico.
Mais jogos deveriam ser assim: mais desafiadores para serem mais interessantes. Atomfall te guia sutilmente para a furtividade, mostrando que a estratégia nem sempre é atirar primeiro e perguntar depois. Mais jogos deveriam ter a ousadia de fazer o mesmo.
Deixe seu comentário abaixo com a sua opinião sobre a mecânica de armas em jogos e compartilhe se você já jogou Atomfall e como foi a sua experiência!
Fonte: The Gamer