Você já imaginou uma espaçonave pousando na Lua em um local com temperatura de -173°C? Parece ficção científica, mas foi exatamente o que aconteceu com a Athena! Vamos mergulhar nos detalhes dessa missão espacial emocionante e repleta de desafios.
A espaçonave Athena não estava completamente às cegas ao se aproximar da superfície lunar. Seu software identificou crateras próximas, mesmo com sombras alongadas na paisagem. O problema? O altímetro da sonda falhou.
Isso significa que, embora a Athena soubesse sua localização em relação à superfície lunar, não sabia sua altitude. Um detalhe crucial! Como resultado, a espaçonave atingiu a superfície em um platô, tombou e começou a deslizar.
Rodou algumas vezes antes de parar em uma pequena cratera sombreada. “O pouso foi como um escorregão na segunda base”, disse Steve Altemus, CEO da Intuitive Machines, a empresa responsável pela construção da sonda.
Frio e solidão
Foi uma semana agitada para o chefe de uma empresa que busca liderar o desenvolvimento de uma economia lunar. As expectativas eram altas, principalmente após o sucesso parcial da missão Odysseus, a primeira espaçonave privada a pousar suavemente na Lua no ano anterior.
De certa forma, essa missão foi ainda mais decepcionante. O deslizamento da Athena levantou regolito (solo lunar). Parte desse material atingiu os painéis solares, já em posição desfavorável. As reservas de energia ficaram comprometidas.
“Sabíamos que havíamos deslizado para uma cratera levemente sombreada, e a temperatura era muito fria”, disse Altemus. “Os painéis solares estavam cobertos de regolito e não carregavam energia suficiente para alimentar os aquecedores.”
A temperatura na cratera era de aproximadamente -173°C. Com apenas 100 watts de energia, não era suficiente para alimentar os aquecedores e se comunicar com a Terra usando a antena de alta potência. Em vez de funcionar por 50 horas, operaram por 13 horas para obter o máximo de dados possível.
Apesar dos contratempos, a Athena cumpriu alguns objetivos. Ela retornou dados e imagens valiosas da região do polo sul lunar. Clientes privados, incluindo a Nokia e a Lonestar Data Holdings, obtiveram informações úteis. Porém, houve decepções: um pequeno rover e um “saltador” inovador não puderam ser utilizados.
No geral, foi bastante decepcionante, especialmente considerando que a Odysseus realizou a maior parte de sua ciência, mesmo tombada.
Você volta, começa a treinar novamente
Altemus destaca que a missão foi, em grande parte, um sucesso. Como assim?
Comparado à primeira espaçonave, a Athena voou bem. Ao contrário da missão de 2024, a Athena chegou a poucos quilômetros da Lua sem problemas significativos. Validou o sistema de propulsão a metano, permitindo uma viagem rápida em menos de uma semana. Também comprovou a tecnologia de comunicação para uma rede de retransmissão de dados lunares contratada pela NASA.
Claro, o mais importante é o pouso, e a Intuitive Machines não o fez com sucesso. O altímetro falhou pela segunda vez. Ainda não se sabe por quê, mas é frustrante falhar por um motivo semelhante. Mas todas as peças para o sucesso estão lá, e a Intuitive Machines está próxima, segundo Altemus.
Para encorajar a equipe, Altemus comparou a situação a uma derrota em uma final: “Você perde, e então o que faz? Não desiste. Volta, começa a treinar novamente. É isso que a equipe está fazendo.”
A empresa está bem capitalizada e já tem contratos com a NASA para mais duas missões. A trajetória financeira para atingir suas ambições permanece aberta.
“Eu diria que é mais decepcionante do que um revés material”, disse Altemus. “O mundo estava assistindo, e colocamos nosso coração e alma nessa empresa e nesse veículo. E eu olho nos olhos da equipe, e eles tinham tantas ambições para esta missão. Talvez tenha sido um salto grande demais na segunda missão.”
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