Já pensou em um asteroide com 1,9% de chance de atingir a Terra em 2032? Parece um roteiro de filme, mas é uma situação real que chamou a atenção da comunidade científica recentemente. Vamos entender melhor essa história e por que (provavelmente) não precisamos entrar em pânico.
Tudo começou em dezembro de 2024, quando um telescópio no Chile detectou um ponto de luz desconhecido. Após algumas observações, descobriram que era um asteroide, oficialmente chamado 2024 YR4. A trajetória dele o levará bem perto da Terra em 2028 e 2032.
Em 2028, o risco de impacto é zero. Já em 2032, a chance de colisão, segundo a NASA, é de 1,9%, ou seja, 1 em 53. Esse número, embora pequeno, é maior do que a probabilidade de morrer em um acidente de carro durante a vida. É importante lembrar que esses números podem mudar bastante à medida que mais dados são coletados.
Refletindo sobre o risco
O asteroide 2024 YR4 tem entre 40 e 90 metros de largura. Um impacto desse tamanho causaria devastação local. Imagine algo semelhante ao evento de Tunguska em 1908, que devastou uma área enorme na Sibéria.
Para medir o risco de asteroides, os cientistas usam a Escala de Torino. O 2024 YR4 está no nível 3, significando que exige atenção de astrônomos, população e governos. Esse nível de alerta é relativamente raro.
Se atingir a Terra, o impacto poderia causar danos até 50 km do local da colisão, ou mesmo na atmosfera, caso ele se fragmente. A Rede Internacional de Alerta de Asteroides (IAWN) foi acionada, sinal de que o risco é levado a sério.
Afinando a mira: o trabalho dos astrônomos
Determinar o tamanho exato do asteroide é difícil. Precisamos de observações de radar espacial, imagens de infravermelho térmico ou de uma espaçonave. Só conseguiremos melhores observações perto de 2032.
Para calcular a trajetória precisa, muitos dados são necessários. Atualmente, o 2024 YR4 está se afastando da Terra. Isso torna difícil determinar sua órbita com precisão. Observadores precisarão de telescópios maiores para acompanhar seu movimento.
A probabilidade de impacto pode aumentar ou diminuir nos próximos meses. Existe a chance de o asteroide ficar inobservável até 2028.
Defensores Planetários: em preparação para o futuro
Um grupo internacional, o Space Mission Planning Advisory Group (SMPAG), discutiu recentemente a resposta ao risco de um impacto de asteroide. Eles darão mais tempo aos astrônomos para refinar as estimativas da órbita antes de qualquer ação.
Se a probabilidade de impacto permanecer alta, o grupo recomendará ações à ONU. Uma missão de desvio seria a opção, algo semelhante à missão DART da NASA, que provou ser possível alterar a trajetória de um asteroide.
Uma missão de deflexão é mais eficaz com bastante antecedência. A opção nuclear também é considerada, mas com ressalvas. Esmagar o asteroide em pedaços menores poderia ser arriscado.
Mesmo sem desvio, há tempo para evacuação de áreas em risco. O asteroide provavelmente atingiria uma região remota ou o oceano. A área de risco abrange desde o Pacífico até a América do Sul, o Atlântico, África, Mar Arábico e Ásia do Sul.
Embora não corramos risco de extinção, a situação destaca a importância de monitorar asteroides. O investimento em monitoramento e deflexão é pequeno comparado ao custo de missões humanas à Lua e Marte.
Em resumo, embora haja uma pequena chance de impacto, os cientistas estão trabalhando ativamente para coletar mais dados e refinar as previsões. O monitoramento de asteroides é crucial para nossa segurança. A situação atual serve como ótimo exemplo da importância da exploração espacial e da defesa planetária.
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Fonte: arstechnica.com