Você já se perguntou como seria a amizade feminina retratada sem os clichês e olhares masculinos? Lost Records: Bloom & Rage, da Don’t Nod, nos oferece uma resposta surpreendente, contrastando com a abordagem de Life is Strange e mostrando a força e complexidade das relações entre garotas.
Ambos os jogos, Life is Strange e Lost Records: Bloom & Rage, compartilham semelhanças óbvias. A desenvolvedora Don’t Nod é a mesma. Ambos se concentram em garotas adolescentes, com toda a angústia e insegurança inerentes a essa fase. As narrativas são histórias de amadurecimento, com toques sobrenaturais.
A atmosfera de nostalgia também é marcante: Life is Strange usa uma trilha sonora hipster dos anos 2000, enquanto Lost Records se apoia na cultura riot grrrl e no punk dos anos 90, transmitindo uma vibe rebelde.
Semelhanças e Diferenças Cruciais
Ambos os jogos exploram a amizade feminina, algo mutável e muitas vezes doloroso. Em Life is Strange, o foco é no relacionamento intenso entre Max e Chloe, que pode ou não virar um romance, dependendo das escolhas. Em Lost Records, acompanhamos um grupo de amigas unidas pela raiva contra o mundo e o conforto que encontram umas nas outras.
A grande diferença está na forma como a amizade é retratada. Life is Strange mostra um par de meninas: uma rebelde e raivosa, outra introvertida e autossacrificante. Já Lost Records apresenta a dinâmica complexa de um grupo, ampliando as intensidades e complicações entre diferentes pares. Por isso, Lost Records parece mais autêntico.
Minhas próprias experiências escolares me ajudam a entender essa diferença. Muitas das minhas amizades eram intensas, cheias de raiva e, muitas vezes, fora dos padrões. Esses laços, que resistem ao tempo, mostram a profundidade e a importância das conexões femininas.
Em Lost Records, Garotas São Garotas
Ao ver essas jovens em Lost Records, brincando na floresta, reformando cabanas e tocando música, me lembro da minha adolescência, longe das expectativas masculinas. Minha vida girava em torno das minhas amigas: o que pensávamos umas das outras, o tempo juntas, as músicas compartilhadas, os presentes feitos com carinho. Havia um romantismo puro, um amor platônico intenso.
Lost Records captura essa nostalgia, essa complexidade e liberdade que é o crescimento com mulheres que te veem como um todo, sem a redução imposta pelo olhar masculino. É uma irmandade, e não apenas “girlhood”.
Mas isso não significa que os homens estejam ausentes. Corey, um valentão, e Dylan, sua namorada, representam as ameaças, os olhares e expectativas masculinas que muitas vezes prejudicam as relações femininas. A cultura riot grrrl, presente no jogo, reforça o movimento feminista, que busca a liberdade de espaço para que a relação entre mulheres se fortaleça por si só.
Assim como na vida real, algumas amizades duram, outras não. Lost Records reconhece isso, deixando a razão da separação do grupo como um mistério a ser desvendado.
Life is Strange possui um relacionamento central puro e honesto, sim, mas diferente. O vínculo entre Max e Chloe é marcado por problemas individuais e influências externas. Lost Records, por outro lado, mostra fielmente como é crescer em meio a mulheres e simplesmente ser.
Em resumo, Lost Records: Bloom & Rage oferece uma representação mais autêntica da amizade feminina, livre de clichês e esteriótipos, mostrando a força e complexidade dessas relações como um ponto fundamental na narrativa. É uma abordagem fresca e real, que o diferencia de outros jogos do gênero.
Compartilhe suas experiências com amizades femininas! Como foi a sua adolescência?
Fonte: The Gamer