Você se lembra dos computadores e eletrônicos do início dos anos 2000? Muitos apresentaram um problema misterioso: a “praga dos capacitores”. Dispositivos simplesmente paravam de funcionar, às vezes com explosões! A explicação mais comum envolve uma fórmula roubada. Mas será que a história é tão simples assim?
Um coquetel finamente equilibrado
O problema estava nos capacitores eletrolíticos de baixa resistência série (ESR), componentes essenciais em placas-mãe. Eles continham uma solução eletrolítica – cerca de 70% água – que, funcionando corretamente, mantinha o capacitor saturado. Entretanto, a fórmula dessa solução era crucial. Sua composição precisa era um segredo industrial.
A solução eletrolítica ideal precisava de uma combinação específica de produtos químicos. A falta de um ou mais componentes poderia causar problemas sérios. Uma fórmula incorreta poderia resultar em reações em cadeia e acúmulo de gases dentro do capacitor.
Um cara só ou várias forças?
A teoria mais popular culpa um funcionário japonês que teria levado uma fórmula incompleta para uma empresa chinesa. Essa fórmula, posteriormente, teria se espalhado para fabricantes taiwaneses. Mas a situação era mais complexa.
O problema atingiu muitos fabricantes e durou vários anos, sugerindo algo além de lotes defeituosos isolados. A quantidade de dispositivos afetados aponta para um problema sistêmico, maior que uma simples fórmula incorreta.
Outro fator importante: o aumento da potência dos processadores. Processadores como o Pentium 4 geravam muito calor. Capacitores eletrolíticos são sensíveis ao calor e esse fator contribuiu para o aumento de falhas.
A complexa cadeia de suprimentos da indústria eletrônica também desempenhou um papel. A globalização, com múltiplos estágios de produção e a possibilidade de falsificações, contribuiu para a disseminação do problema.
A “praga dos capacitores” foi um evento complexo, com várias causas interligadas. Não foi apenas uma fórmula roubada, mas uma combinação de fatores que culminaram em um problema de grandes proporções para a indústria eletrônica da época.
A história completa é fascinante e nos ensina sobre a complexidade da fabricação de eletrônicos e as possíveis consequências de falhas em cadeias de suprimentos globais.
Compartilhe suas experiências com a “praga dos capacitores”! Você já teve problemas com capacitores defeituosos em seus eletrônicos antigos?
Fonte: Ars Technica