A quarta temporada de “The Last of Us” da HBO gerou debates acalorados. Será que a relação entre Ellie e Dina realmente representa o orgulho LGBTQIA+?
Muitos fãs ficaram apreensivos com a forma como o relacionamento de Ellie e Dina seria retratado na série. Algumas cenas importantes do jogo, que solidificam o romance delas, foram cortadas. Isso aumentou a preocupação sobre como a série abordaria a sexualidade das personagens.
No episódio anterior, Dina disse a Ellie: “Você é gay, eu não”. À primeira vista, pareceu uma alteração na bissexualidade de Dina. Mas muitos entenderam que era uma forma de atrasar o desenvolvimento do romance e adicionar complexidade à personagem de Dina, explorando sua luta com a própria sexualidade.
Como Ellie e Dina Ficaram Juntas?
No quarto episódio, vemos Ellie e Dina em Seattle, assim como no jogo. Elas se escondem em uma loja de música, onde Ellie canta para Dina, que chora. Depois de se depararem com soldados mortos e escaparem de um ataque, Ellie se deixa ser mordida por um infectado para salvar Dina.
Elas escapam para um teatro abandonado. Dina fica desesperada com a ideia de ter que matar Ellie antes que ela se transforme, mas Ellie prova ser imune. Dina revela estar grávida e elas imediatamente se envolvem.
No dia seguinte, Dina confessa a Ellie que sempre gostou de meninos e meninas, mas que sua mãe lhe disse que só gostava de meninos. Seu relacionamento com Jesse foi complicado porque ela tentou fazer dar certo, mas sabia que ele não era “o cara”. Ela queria estar com Ellie e sabia dos sentimentos de Ellie, mas não conseguia assumir.
O que Dina Está Vivenciando Não É Orgulho
Deixando de lado a rapidez dos acontecimentos (ficar com a melhor amiga segundos após revelar uma gravidez é intenso!), o que mais incomoda é que o terceiro episódio sugeriu um romance lento, o que não aconteceu. O relacionamento de Dina com Joel parecia servir para construir tensão e desenvolver a história lentamente. Mas um episódio depois de Dina dizer que não era gay, as duas estão fazendo sexo no chão.
Fica a sensação de que o romance foi reescrito sem necessidade. O problema não é a mudança em relação ao jogo, mas o contexto. Elas veem arco-íris e bandeiras do Orgulho sem comentar. O episódio gira em torno do orgulho LGBTQIA+, mas não o celebra de fato. A livraria queer também foi removida da série.
A versão da HBO de Dina é menos segura de sua sexualidade. Ela nega ser gay por medo das implicações de um relacionamento com Ellie. Só ao deixar Jackson e Jesse, e encarar a possibilidade de perder Ellie, ela age por impulso. Não parece um ato de amor, mas sim de medo da perda e da liberdade de abandonar sua vida antiga.
Entendo o que a série tentou mostrar. Muitas pessoas LGBTQIA+ questionaram sua sexualidade, e há uma tentativa de representar isso. Mas, apesar das referências ao Orgulho, Dina parece se entregar aos sentimentos por medo, não por amor. E o orgulho não é o oposto do medo?
Em resumo, a quarta temporada explora a complexidade da sexualidade de Dina. Mas, a ausência de uma celebração explícita do orgulho LGBTQIA+ e a rapidez do desenvolvimento do romance deixam uma sensação de oportunidade perdida. A série teve chances de retratar a história de um jeito mais satisfatório para os fãs e para a comunidade.
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Fonte: The Gamer