Imagine comemorar seu 70º aniversário queimando uma trajetória ígnea pela atmosfera, suportando 4,4g em queda livre de volta à Terra, aterrissando com um baque nas estepes do Cazaquistão e… esvaziando o estômago! Parece inacreditável, não é? Pois bem, isso aconteceu com o astronauta Don Pettit.
Ele foi o primeiro a fazer isso aos 70 anos. Um feito extraordinário que nos leva a questionar: como é ter 70 anos no espaço?
Voando no espaço aos 70 anos
Don Pettit não é qualquer astronauta. Sua primeira viagem ao espaço ocorreu aos 47 anos, iniciando uma trajetória de três longas missões à Estação Espacial Internacional. Ao todo, viveu 590 dias no espaço – um recorde impressionante!
Apesar dos “estalos” e “gemidos” do corpo, ele afirma sentir-se quase como há 20 anos. O retorno à gravidade, no entanto, é sempre um desafio. Ele destacou que, surpreendentemente, não são os músculos grandes que mais doem, mas sim os pequenos.
Reajustando-se à gravidade
Na estação espacial, Pettit realizava exercícios pesados com facilidade. Mas ao voltar à Terra, a simples ação de levantar-se do chão se tornou difícil. Os músculos pequenos, que ficam inativos na microgravidade, “tiram férias” de seis meses e precisam de tempo para se readaptar. É uma experiência humilde, mas extremamente reveladora.
As dores comuns da idade, como ombros doloridos ou pescoço rígido, são amenizadas na microgravidade. Dormindo flutuando, Pettit sentia-se livre de dores, como se tivesse 30 anos novamente. Para ele, a órbita é um ótimo lugar para o corpo e a fisiologia.
A Estação Espacial: Um futuro duradouro?
Pettit visitou a Estação Espacial em todas as suas quatro viagens. Ele a viu desde o início, em 2002, e a considera um laboratório de pesquisas científicas robustas. Sobre o plano de desativação em 2030, ele acredita que a estação poderia continuar operando por muito mais tempo, assim como os aviões B-52, que permanecem em operação por décadas, com manutenção e atualizações constantes.
A possibilidade de retornar ao espaço também é considerada por ele. Por enquanto, quer aproveitar alguns momentos com a família e deixar seu corpo se readaptar. Mas o chamado do espaço, ele sabe, virá novamente. Afinal, com apenas 70 anos, ele ainda se sente com combustível suficiente para mais algumas missões.
A experiência de Pettit nos mostra a resiliência do corpo humano e a incrível capacidade de adaptação, mesmo em ambientes tão extremos quanto o espaço sideral. A idade, para ele, não foi um obstáculo, mas sim um detalhe em uma jornada extraordinária.
Compartilhe suas experiências e reflexões sobre essa incrível história!
Fonte: Ars Technica