A Fórmula 1 voltou ao Bahrein, palco dos testes de pré-temporada, para a quarta etapa da temporada de 2025. Após uma corrida monótona no Japão, o Bahrein prometeu emoção, e não decepcionou! Ultrapassagens frenéticas e uma disputa pelo título ainda mais acirrada marcaram a corrida. Foi realmente incrível!
Motores V10? Não tão cedo
Antes da corrida, tivemos novidades sobre as regras futuras dos motores. Um novo regulamento ambicioso entra em vigor no próximo ano, com um motor V6 turboalimentado de pequena capacidade trabalhando em conjunto com um motor elétrico que impulsiona as rodas traseiras. Quase metade da potência total vem do sistema híbrido, muito mais do que nos carros atuais da F1. Desenvolver isso não é fácil, nem barato.
A F1 também está migrando para combustíveis sintéticos supostamente neutros em carbono a partir do próximo ano. Isso levou alguns a questionar se, em vez dos caros híbridos com duração de quatro anos, talvez pudessem ser substituídos por um motor não híbrido mais barato, como um V10 naturalmente aspirado.
Isso agradaria a Red Bull, que no próximo ano terá um motor de seu próprio projeto e fabricação (embora com a Ford fornecendo os componentes híbridos). A Red Bull tem se mostrado cada vez mais interessada em alternativas ao V6 de pequena capacidade. Uma mudança para V10s também poderia distanciar a F1 das montadoras.
Mas os motores V10 naturalmente aspirados pouco significam para as dezenas de milhões de fãs que se juntaram ao esporte desde o início da década – eles só conhecem o som suave dos V6 turboalimentados.
Os V10s significam ainda menos para fabricantes como Audi, Honda, Cadillac e Ford, que se comprometeram com o regulamento de 2026 especificamente por causa dos trens de força híbridos. Portanto, vamos seguir com o plano original e podemos esperar que os híbridos continuem no regulamento de 2031 também, embora provavelmente um sistema eletrificado muito menor, mais leve, mais barato e menos potente do que veremos no próximo ano.
Nada pegou fogo
No Japão, as faíscas dos blocos de proteção de titânio dos carros foram um incômodo, incendiando a grama seca ao lado da pista e causando várias bandeiras vermelhas durante os treinos e a classificação. Na corrida do Bahrein, não havia nada para queimar. À noite, as chuvas de faíscas brilhantes encheram o ar acima da pista enquanto o grupo de 20 carros, carregados de combustível e correndo perto do chão, tocavam o fundo em alta velocidade.
Ao contrário de Suzuka, o Bahrein é um dos circuitos modernos da F1 e é mais adequado aos carros atuais. Oscar Piastri da McLaren conquistou a pole position no sábado e, no domingo, utilizou a vantagem de seu carro para disparar na frente antes de um incidente com detritos, à maneira da NASCAR, aproximar o pelotão no final da corrida.
George Russell da Mercedes teve um dia agitado, terminando em segundo lugar. Seu sistema de freios “brake-by-wire” falhou e precisou ser reinicializado várias vezes durante uma volta – às vezes, o pedal ficava duro; outras vezes, ia até o fundo. Depois, o visor em seu volante também falhou. Como resultado, seu engenheiro no box teve que dizer quando usar determinadas configurações. Apesar disso, ele manteve uma boa segunda colocação à frente de Lando Norris na segunda McLaren.
A Ferrari também teve um tempo muito melhor na corrida neste fim de semana. Charles Leclerc e Lewis Hamilton terminaram em quarto e quinto lugares, e o heptacampeão Hamilton pareceu muito mais à vontade em seu novo carro vermelho. A Ferrari requer um estilo de pilotagem diferente de sua antiga Mercedes, usando frenagem do motor para reduzir a velocidade do carro, por exemplo, algo que ele disse nunca ter feito em seus tempos na Mercedes ou McLaren.
“É claro que o carro realmente requer um estilo de direção diferente, e eu acho que estou… me ajustando lentamente a isso – e também à configuração. Acho que estive um pouco longe de Charles nos últimos dois fins de semana e depois migrando lentamente em direção a ele”, disse Hamilton aos repórteres após a corrida.
O campeão do ano passado, Max Verstappen, teve um tempo terrível e terminou em sexto lugar em um Red Bull pouco competitivo. Normalmente o que faz ultrapassagens em outros pilotos, Verstappen se viu um alvo fácil para o estreante Kimi Antonelli da Mercedes. O outro Red Bull pontuou graças a Yuki Tsunoda, pela primeira vez desde a corrida do ano passado em Las Vegas.
Outros que estão indo para a Arábia Saudita para a corrida da próxima semana com um sorriso incluem a equipe Alpine, que finalmente somou alguns pontos com a sétima colocação de Pierre Gasly (e uma corrida muito melhor para Jack Doohan), e a Haas, que colocou ambos os carros nos pontos, com o estreante Oliver Bearman ganhando 10 posições durante a corrida.
Lando vs Oscar?
Norris da McLaren deixa o Bahrein ainda na liderança do campeonato, mas ele não teve a medida de seu companheiro de equipe mais jovem em nenhum momento neste fim de semana. Ter dois pilotos igualmente rápidos pode ser um problema para uma equipe – a McLaren em 2007 é um bom exemplo disso. Mas estou começando a achar que a dupla da Williams de 1996, Damon Hill e Jacques Villeneuve, pode ser mais apropriada? Norris é autoconsciente, talvez demais para um esporte tão competitivo quanto a F1, onde a confiança é tão importante.
Observar qual dos dois sairá por cima este ano vai ser fascinante.
Deixe seu comentário abaixo e compartilhe suas impressões sobre a corrida no Bahrein!
Fonte: Ars Technica
