Você já se perguntou como os satélites militares americanos chegam ao espaço? A resposta é mais complexa do que você imagina, envolvendo bilhões de dólares e uma competição acirrada entre gigantes da indústria espacial. Prepare-se para descobrir como a SpaceX se tornou a principal fornecedora de lançamentos para o exército americano.
A Força Espacial dos EUA anunciou recentemente a seleção de três empresas para contratos de US$ 13,7 bilhões: SpaceX, United Launch Alliance (ULA) e Blue Origin. Esses contratos, que se estendem até o início da década de 2030, são cruciais para o lançamento de satélites de segurança nacional, incluindo plataformas de espionagem de grande porte.
Uma Nova Era nos Lançamentos Espaciais Militares
Este novo ciclo de contratos representa uma mudança significativa. Após anos de domínio da ULA, uma joint venture entre a Boeing e a Lockheed Martin, a SpaceX conquistou uma fatia substancial do mercado. A empresa de Elon Musk, após anos de batalhas judiciais para competir com a ULA, conquistou mais de 40% das missões encomendadas pelo Pentágono através do programa National Security Space Launch (NSSL).
A Força Espacial, criada em 2019, assumiu a responsabilidade pela aquisição de lançamentos da Força Aérea. O sucesso da SpaceX com os foguetes Falcon 9, ao longo de mais de uma década, foi fundamental para essa mudança de cenário.
A Divisão dos Contratos
- SpaceX: 28 missões, aproximadamente US$ 5,9 bilhões.
- ULA: 19 missões, aproximadamente US$ 5,4 bilhões.
- Blue Origin: 7 missões, com valor aproximado não especificado no artigo original.
Isso representa uma divisão de aproximadamente 60% para a SpaceX e 40% para a ULA. A inclusão da Blue Origin, com sete missões, indica uma tentativa de diversificação por parte da Força Espacial.
O Preço da Prioridade
Embora os valores médios por lançamento pareçam altos (US$ 212 milhões para a SpaceX, US$ 282 milhões para a ULA e US$ 341 milhões para a Blue Origin), é importante considerar que os contratos incluem serviços adicionais além do lançamento em si. A Força Espacial está pagando por prioridade, soluções personalizadas e acesso a dados de cada lançamento.
Elon Musk comentou sobre a disparidade na capacidade de lançamento entre as empresas, destacando a superioridade da SpaceX em termos de frequência de lançamentos.
A Certificação e as Fases do NSSL
O programa NSSL foi dividido em duas faixas: Lane 1 (para órbitas terrestres baixas) e Lane 2 (para órbitas mais altas e complexas). Os contratos anunciados referem-se à Lane 2, que demanda alta confiabilidade e foguetes certificados para missões de grande valor.
A Força Espacial espera encomendar 54 lançamentos na Lane 2 entre este ano e 2029, com a SpaceX e a ULA sendo as principais protagonistas no curto prazo. A Blue Origin só deve ser considerada para ordens firmes a partir do próximo ano.
Por fim, o sucesso da SpaceX reforça a importância da competição e da inovação na indústria espacial, garantindo a capacidade dos EUA de manter sua liderança nesse setor estratégico. A diversificação, entretanto, permanece uma meta para a Força Espacial, buscando assegurar a resiliência do sistema de lançamento espacial nacional, diante de possíveis imprevistos.
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Fonte: Ars Technica