Você já imaginou um gigante da tecnologia escondendo suas descobertas em inteligência artificial? Parece trama de filme, mas é a realidade no mundo da DeepMind, braço de IA do Google. Vamos explorar as razões por trás dessa decisão controversa.
Segredos da DeepMind: A Ciência Oculta
Segundo relatos de pesquisadores atuais e antigos da Google DeepMind, a empresa vem retendo a publicação de pesquisas inovadoras em IA. O objetivo? Manter uma vantagem competitiva no mercado cada vez mais acirrado.
Um processo de aprovação mais rigoroso e burocrático foi implementado. Isso dificulta a publicação de estudos, especialmente aqueles que poderiam ser explorados pela concorrência.
Pesquisadores relatam hesitação em compartilhar informações que poderiam prejudicar a imagem do modelo Gemini, IA da Google, em comparação com outras tecnologias.
A Mudança de Foco
A DeepMind sempre foi conhecida pela transparência, publicando artigos inovadores e atraindo os melhores cientistas. Essa cultura, entretanto, mudou. A prioridade agora é a comercialização de produtos e lucratividade.
A publicação de estudos estratégicos relacionados a IA generativa, por exemplo, enfrenta um embargo de seis meses. A aprovação de um artigo exige a concordância de vários funcionários.
Isso representa uma mudança radical comparado ao passado, onde a liberação de pesquisas contribuía para o avanço geral da área. Um exemplo disso foi a publicação do artigo “transformers” em 2017.
A Pressão da Competição
A fusão da DeepMind (Londres) com a Brain AI (Califórnia) em 2023, motivada pela preocupação com o atraso da Google em relação a concorrentes como a OpenAI, acelerou essa mudança de estratégia.
A empresa busca agora priorizar o lançamento de produtos com IA, em detrimento da publicação de pesquisas para o benefício público.
Essa nova realidade gerou insatisfação entre os pesquisadores, que veem seus trabalhos sendo sufocados. Muitos consideram que essa não era a proposta de trabalho pela qual se inscreveram.
O Preço da Competitividade
A DeepMind afirma estar comprometida com o avanço da pesquisa, mas reconhece a implementação de novas políticas para garantir a capacidade de seus times de publicar. O processo de revisão, porém, tornou-se muito mais burocrático.
A retenção de pesquisas comercialmente sensíveis impede o vazamento de inovações. A publicação de estudos sobre IA generativa se tornou quase impossível.
Há relatos de artigos que foram bloqueados por mostrar limitações do Gemini em comparação com outros modelos, e até mesmo um que apontava vulnerabilidades no ChatGPT.
Embora a DeepMind argumente que publica pesquisas sobre vulnerabilidades, seguindo uma política de divulgação responsável, a nova realidade causou insatisfação e tem levado alguns pesquisadores a deixarem a empresa.
A priorização de projetos focados em melhorar a suite Gemini demonstra a busca incessante pela vantagem no mercado de IA, onde a competição é acirrada.
Conclusão
A DeepMind, antes símbolo de transparência e inovação em IA, está agora priorizando a vantagem competitiva e o lucro, suprimindo a divulgação de pesquisas. Essa mudança de postura gera debates sobre ética e o impacto na comunidade científica.
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Fonte: Ars Technica