Você já se perguntou como a Força Espacial dos EUA está se preparando para o futuro? Mais do que foguetes e satélites, a resposta pode surpreender: inovação e uma abordagem ousada, que está mudando a forma como o Pentágono compra armas e serviços. Prepare-se para descobrir como uma nova geração de empresas está revolucionando a defesa espacial!
Por décadas, grandes empresas de defesa norte-americanas usufruíram de contratos estáveis com o Pentágono. Era um ciclo previsível. Mas um novo cenário está surgindo, impulsionado por startups ágeis e inovadoras.
Uma nova visão para a aquisição espacial
Criada há mais de cinco anos, a Força Espacial inicialmente herdou métodos tradicionais do Pentágono. Muitas fusões e aquisições entre grandes empresas de defesa prometiam eficiências e economia para os contribuintes, promessas que raramente se concretizavam.
Entretanto, a Força Espacial busca um novo caminho. Organizações como a Unidade de Inovação de Defesa e a Agência de Desenvolvimento Espacial buscam novas tecnologias para garantir vantagem sobre adversários como China e Rússia.
O Escritório de Capacidades Rápidas Espaciais (Space RCO), com sede na Base Aérea de Kirtland, no Novo México, é crucial nesse novo modelo. Sua missão é fornecer rapidamente capacidades operacionais inovadoras para proteger ativos espaciais e defender forças conjuntas de ataques. O foco está na velocidade e eficiência.
Kelly Hammett, diretor do Space RCO, destaca as dificuldades em entregar capacidades em prazos curtos. Ele admite que, tanto internamente quanto na indústria espacial, existe espaço para melhorias significativas na entrega de sistemas.
Transparência e colaboração com o setor privado
Recentemente, o Space RCO realizou um “dia de apresentação” em Albuquerque, onde empresas privadas apresentaram tecnologias inovadoras para a defesa de satélites. Este evento demonstra uma nova transparência, permitindo que jornalistas acompanhassem o processo.
Apesar da natureza classificada de muitos projetos, a Força Espacial está se tornando mais aberta sobre a necessidade de proteger seus satélites e, potencialmente, atacar naves adversárias. Os ativos espaciais são parte vital da vigilância militar, fornecendo alerta antecipado, navegação e comunicações seguras.
O orçamento do Space RCO é confidencial, mas alguns programas foram divulgados, como uma nova arquitetura cloud para comando e controle de satélites e o desenvolvimento de terminais terrestres portáteis para bloquear sinais inimigos.
O fim do monopólio das grandes empresas?
O Space RCO se inspira no Escritório de Capacidades Rápidas da Força Aérea, responsável por projetos como o avião espacial X-37B e o bombardeiro estratégico B-21 Raider.
A maior abertura da Força Espacial e a busca por redução de custos ameaçam o domínio das grandes empresas de defesa. Com menos sigilo, startups com menos burocracia podem concorrer a contratos. Muitas dessas empresas são apoiadas por investidores ricos ou capital de risco.
A questão crucial para Hammett é: por que o governo deve pagar por algo que bilionários já estão financiando?
Enquanto a SpaceX revolucionou os lançamentos comerciais, novas empresas estão surgindo para fornecer mísseis, interceptadores, dados de vigilância e sistemas de defesa para satélites.
Novas empresas, novas soluções
As dez empresas participantes do “dia de apresentação” são relativamente novas na indústria espacial, com menos de oito anos de existência e, na maioria, menos de 200 funcionários. Curiosamente, as grandes empresas de defesa tradicionais não participaram do evento.
Hammett explica que a sua equipe está buscando empresas ágeis e inovadoras, capazes de oferecer soluções mais acessíveis e rápidas. Ele já cancelou diversos contratos com empresas tradicionais por causa de atrasos e custos excessivos.
Apesar das barreiras, como a falta de autorizações de segurança em algumas startups, a busca pelo “time A” continua. O foco é na inovação e eficiência.
Embora as grandes empresas ainda tenham seu papel, o Space RCO demonstra que há espaço para novas estratégias de aquisição, buscando inovação e otimizando recursos.
Um futuro mais eficiente e ágil
O Space RCO, com sua estrutura enxuta, busca eficiência e inovação. O objetivo é construir o “primordial” de algo novo, diferente e acessível, com o apoio de capital de risco.
As grandes empresas de defesa estão se tornando mais cautelosas com contratos de preço fixo, assumindo menos riscos financeiros. Projetos militares como o ATLAS e o OCX enfrentam problemas de orçamento e atrasos significativos.
O Space RCO herdou o legado do Operationally Responsive Space (ORS), que já vislumbrava missões mais ágeis e adaptáveis às necessidades militares, antecipando muitos esforços atuais.
Apesar dos desafios de redução de pessoal e congelamento de contratações, Hammett acredita que o Space RCO alcança resultados notáveis, gerenciando bilhões de dólares em programas com equipes pequenas e eficazes. O futuro da defesa espacial passa por uma nova dinâmica, que prioriza inovação e eficiência.
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Fonte: Ars Technica