Todo mundo em The Last of Us: Temporada 2 está demais limpo. Essa é a sensação que fica depois de assistir ao trailer da nova temporada. Será que essa limpeza excessiva atrapalha a imersão na narrativa pós-apocalíptica? Vamos explorar essa questão!
Em videogames, sujar os personagens é fácil. Modelagem de personagens permite alterações visuais sempre que necessário. Mas em filmes e séries, principalmente séries, é mais complicado representar o impacto de eventos horríveis na aparência dos personagens. Principalmente em um apocalipse, onde a deterioração deveria ser visível.
O Apocalipse Deveria Ser Sujo
The Walking Dead, por exemplo, inicialmente mostrava um mundo devastado. A sensação de solidão e sobrevivência era palpável. Mas em temporadas posteriores, essa atmosfera desapareceu. A falta de realismo na apresentação dos personagens e cenários, com pessoas aparentemente limpas e bem alimentadas em meio ao caos, prejudicava a credibilidade da narrativa.
Centenas de pessoas vivendo em santuários, com roupas limpas e sem sinais de sofrimento, eram incoerentes. A imagem de pessoas que sobreviveram a um apocalipse deveria ser diferente. E essa mesma sensação de falta de realismo parece permear The Last of Us.
Joel e Ellie Nunca Estiveram Tão Bem
The Last of Us Parte 2 começa com Ellie e Joel em Jackson, um local próspero. A vida é relativamente confortável, com comida, água quente e abrigo. Mas essa tranquilidade é resultado de sacrifícios e esforços diários para sobreviver em um mundo perigoso.
No jogo, a comunidade demonstra os sinais do esforço contínuo pela sobrevivência. As roupas são usadas, as pessoas apresentam marcas do tempo. A sensação de escassez é real. Na série, porém, há um excesso de limpeza. Isso destoa da realidade de um mundo pós-apocalíptico.
Bella Ramsey, intérprete de Ellie, mal envelheceu desde a primeira temporada, o que pode dificultar a imersão na história. A aparência impecável de todos os personagens na série se contrapõe à realidade complexa do jogo.
No game, o bar está repleto de pessoas conversando e tomando café da manhã. Há uma estrutura que organiza a vida cotidiana; porém, as marcas do apocalipse são visíveis nas pessoas e no ambiente. Na série, essa realidade parece atenuada, talvez para tornar a série mais atrativa visualmente.
O novo trailer é fantástico, mas a beleza excessiva dos personagens chama a atenção. A limpeza impecável das roupas e a aparência dos personagens contrastam com a realidade sombria do apocalipse. Talvez essa seja uma característica da TV hoje em dia, mas o realismo da ambientação foi deixado de lado.
A existência de terapia para Joel indica um sistema de saúde além do tratamento de ferimentos e mordidas. É um detalhe interessante para a narrativa, mas questiona a coerência de Joel buscando terapia nesse contexto.
A série tem potencial de expandir a narrativa, mas a falta de realismo visual em relação ao sofrimento e as dificuldades dos personagens é uma pena. Espero que a série consiga equilibrar a estética com o realismo narrativo, que tanto marcou o jogo original.
Talvez seja simplesmente o estado atual da televisão de prestígio, onde tudo precisa parecer limpo, legível e de alta qualidade. Mas isso não deve nos impedir de nos sujarmos quando a situação exigir.
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Fonte: The Gamer