Você já se perguntou por que os gráficos de Pokémon parecem…estranhos? Às vezes incríveis, outras vezes, bem…decepcionantes. Vamos explorar essa dualidade fascinante do mundo Pokémon!
Dois lados da mesma moeda: A qualidade gráfica, no mundo dos games, é um tema complexo. De um lado, a jogabilidade e a história prendem a atenção do jogador mais que a alta fidelidade visual. Do outro… Pokémon Legends: Z-A, em alguns aspectos, parece visualmente datado.
Jogos podem ter qualquer visual, desde que sejam interessantes
O boom dos jogos indie de 2000 para cá nos mostrou que um ótimo game pode surgir de diversas formas. Jogos como Shovel Knight e Hyper Light Drifter resgatam a estética retrô do NES e SNES com sucesso. Outros, como Amnesia: The Dark Descent e Gone Home, demonstram que gráficos 3D também são viáveis, mesmo com recursos limitados.
Para mim, os jogos mais bonitos dos últimos 15 anos não são os que esgotam a sua placa de vídeo. São aqueles que se diferenciam, como Cuphead e Darkest Dungeon – jogos com visuais únicos e uma visão artística própria. Pokémon roda no Switch, um console tecnicamente limitado, mas muitos indies com muito menos recursos trabalham melhor dentro das suas limitações.
Entretanto, jogos graficamente impressionantes também são incríveis! Eu adoro Uncharted e a qualidade gráfica da Naughty Dog é inegável. A beleza de Red Dead Redemption 2, os efeitos visuais de Final Fantasy e os detalhes da selva em Avatar: Frontiers of Pandora são exemplos impressionantes. Pokémon não consegue atingir esse nível de performance no Switch, mas muitos outros jogos AAA como Metroid Prime Remastered e Super Mario Odyssey, são visualmente superiores.
Apreciamos tanto jogos indie quanto AAA. É como apreciar um jantar caro em um restaurante Michelin e um lanche rápido em uma praça de alimentação. São experiências diferentes, com objetivos distintos.
Pokémon parece…constrangedor
E isso me leva de volta a Pokémon, uma série que parece não ter um alvo visual definido além de rodar no Switch. Assistindo ao trailer de Legends: Z-A, fiquei impressionado com o quão mal a série ainda se apresenta, mesmo após oito anos de ciclo de vida do Switch.
No início, eu estava disposto a dar um desconto. A Game Freak desenvolvia jogos para consoles portáteis há muito tempo, e a adaptação para consoles domésticos poderia levar algum tempo. Mas Let’s Go, Pikachu e Eevee saíram em 2018, e Legends: Z-A é o sexto jogo Pokémon feito para o Switch (e o nono no total). Poucos desenvolvedores lançam jogos tão frequentemente quanto a Game Freak, e você esperaria que eles já tivessem dominado este aspecto.
Mas não é exagero dizer que Legends: Z-A parece com um jogo de GameCube. Sim, há mais polígonos. Contudo, observe a grama: ela é plana, sem textura, pouco diferente da grama de Pokémon Channel, um jogo com quase 22 anos! O design dos NPCs é mais detalhado, mas a movimentação do personagem ao se aproximar do portão (1:23 no trailer) é robótica. Link e Mario não se movem assim.
O mundo Pokémon é vibrante e colorido. Mas ao manter esse estilo gráfico, a série falha em dar vida aos seus elementos. Outras mídias Pokémon encontraram um visual próprio: o anime, o live-action Detective Pikachu e Pokémon Concierge representam o mundo de formas esteticamente interessantes. Até mesmo jogos antigos conseguiram criar atmosferas mais evocativas com mais restrições. Com tantos lançamentos, a Game Freak parece se limitar ao mínimo necessário. Espero que após Z-A, o estúdio tenha tempo para buscar algo mais ambicioso.
Em resumo, a relação de Pokémon com os gráficos é uma história de contrastes. Há espaço para uma estética simples, desde que bem executada e criativa. Mas a série, em alguns momentos, demonstra não estar alcançando seu potencial visual. Há jogos onde a experiência supera o visual, e outros onde o visual contribui de maneira marcante para a imersão. E Pokémon parece estar em um ponto de equilíbrio instável entre esses dois mundos.
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Fonte: The Gamer