O segundo mandato do Presidente Trump começou com uma série de decisões polêmicas que geraram um impacto significativo na segurança cibernética e na proteção ao consumidor nos Estados Unidos. Você já imaginou cortes drásticos em agências federais, colocando em risco informações sensíveis de milhões de americanos? Vamos mergulhar nesse cenário preocupante.
Reduções drásticas na segurança cibernética
Uma das primeiras ações de Trump foi a demissão em massa de funcionários da Agência de Segurança de Cibersegurança e Infraestrutura (CISA). Pelo menos 130 funcionários foram demitidos, incluindo aqueles responsáveis pela segurança das eleições americanas e pelo combate à desinformação e à influência estrangeira. Essa redução de pessoal deixou a CISA vulnerável e comprometeu suas operações.
O misterioso Departamento de Eficiência do Governo (DOGE)
Em meio a essas demissões, um grupo ligado a Elon Musk, o Departamento de Eficiência do Governo (DOGE), começou a ter acesso a sistemas e dados de várias agências federais. Membros do DOGE, incluindo indivíduos com histórico questionável no mundo da segurança cibernética, obtiveram acesso aos emails e arquivos da CISA. Essa situação levantou preocupações sobre a segurança da informação governamental.
Um dos membros do DOGE, Edward “Big Balls” Coristine, de apenas 19 anos, é descrito como tendo um passado controverso, com ligações a fóruns de hackers e comunidades online dedicadas a atividades ilegais. Outro membro, Christopher Stanley, também possui um histórico preocupante, incluindo o vazamento de um banco de dados de um serviço de DDoS.
Um ciberataque nacional?
O DOGE vem obtendo acesso a bancos de dados sensíveis de diversas agências, incluindo a Administração da Seguridade Social (SSA), o Departamento de Segurança Interna (DHS) e o Serviço de Receita Interna (IRS). Especialistas em segurança cibernética alertam para a gravidade da situação, considerando as ações do DOGE como um “ciberataque nacional”. A falta de protocolos de segurança e a substituição de funcionários experientes por operadores inexperientes agrava o problema.
Jacob Williams, ex-hacker da NSA, comparou a intrusão do DOGE como uma ameaça maior para os sistemas governamentais americanos do que a China. Ele destacou a introdução de mudanças de código em sistemas federais sem os devidos processos de verificação e revisão.
Corte de gastos e consequências
O site do DOGE se vangloria de economias de mais de 55 bilhões de dólares para o governo através de cortes de pessoal e contratos cancelados. No entanto, investigações jornalísticas revelaram erros contábeis e imprecisões nas informações apresentadas pela organização.
Além disso, a vulnerabilidade da própria segurança do site do DOGE foi exposta, demonstrando a falta de profissionalismo e a negligência na gestão da segurança cibernética.
Mudanças de pessoal e consequências
A nomeação de novos funcionários em agências críticas também gerou inquietação. Michelle King, comissária da SSA por mais de 30 anos, foi demitida após negar acesso do DOGE a informações sensíveis. Sua substituta, Leland Dudek, posteriormente admitiu ter facilitado o acesso do DOGE à agência. Situações semelhantes ocorreram em outras agências, com a nomeação de individuos com pouca ou nenhuma experiência em segurança cibernética para cargos chave.
Proteção ao consumidor em risco
O Bureau de Proteção Financeira do Consumidor (CFPB) também sofreu com os cortes. O presidente Trump ordenou que a maioria das atividades da agência fosse interrompida. O CFPB, responsável por proteger os consumidores de práticas abusivas por parte de instituições financeiras, teve seu site fora do ar por semanas e sua atuação foi severamente prejudicada. Sua substituição pela nomeação de Russell Vought, que já defendeu o fim da agência, piora o cenário.
Crime organizado e corrupção
A administração Trump também reduziu o combate à corrupção ao suspender a aplicação da Lei de Práticas Corruptas no Exterior (FCPA). Isso enfraqueceu diversas iniciativas importantes no combate à corrupção, inclusive a apreensão de ativos de oligarcas russos. O corte de financiamento à Organized Crime and Corruption Reporting Project (OCCRP), importante organização jornalística investigativa, também é um sinal preocupante.
Uma ordem executiva polêmica
Uma ordem executiva assinada por Trump declarou que apenas o procurador-geral e o próprio presidente podem interpretar as leis para o poder executivo. Essa medida centraliza o poder de forma preocupante e tem sido questionada por especialistas legais. Adicionalmente, a solicitação de informações de funcionários governamentais via email, com o prazo de resposta até as 23h59 de segunda-feira, sob a ameaça de demissão, gerou polêmica e preocupação.
Trump, o Rei?
As declarações de Trump sobre um possível terceiro mandato, mesmo sendo inconstitucional, e os comentários de apoio de alguns congressistas, revelam um cenário político incerto e preocupante. A normalização das relações com a Rússia, e a repetição de narrativas pró-Putin, acrescentam mais uma camada de preocupação geopolítica e de segurança.
Em resumo, as ações da administração Trump geraram um ambiente de incerteza e risco na segurança cibernética e na proteção ao consumidor nos EUA. Os cortes de pessoal em agências federais, o acesso não autorizado do DOGE a dados sensíveis e as nomeações políticas em cargos importantes de segurança são altamente preocupantes e levantam muitas perguntas sobre o futuro.
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Fonte: KrebsOnSecurity