Dez anos após “Data and Goliath”, o renomado especialista em segurança Bruce Schneier nos concede uma entrevista reveladora. Será que a nossa privacidade, tão ameaçada na época da publicação do livro, melhorou? Ou as previsões de Schneier se confirmaram de maneira ainda mais assustadora? Vamos descobrir!
A Privacidade em Perigo: Uma Década Depois
Schneier afirma que, em sua maioria, nada mudou significativamente desde 2015. Agências governamentais continuam com a vigilância em massa, mesmo com pequenas mudanças legais. Empresas, desde gigantes da tecnologia até corretores de dados obscuros, intensificaram a coleta de informações pessoais.
O Cenário Atual: Um Mundo Hiperconectado
O ambiente de informações piorou. Mais dados estão na nuvem, acessíveis facilmente. Dispositivos de Internet das Coisas nos monitoram constantemente. Nossos smartphones são ferramentas de vigilância sofisticadas em nossas mãos. A privacidade está perdendo em todos os cantos.
A questão de smartphones para crianças é um bom exemplo. Pais preocupados com a quantidade de dados coletados evitam dar smartphones para seus filhos. Mas será que o governo pode – ou quer – ser o salvador da nossa privacidade?
O Governo como Aliado ou Inimigo da Privacidade?
Schneier defende leis de privacidade abrangentes e regulamentação da vigilância em massa. Embora existam regulamentações na Europa e em alguns estados americanos, elas não resolvem o problema central. O capitalismo de vigilância está muito enraizado.
Ele argumenta que medidas individuais, como evitar smartphones ou emails, são ineficazes hoje em dia. A integração digital é tão profunda que a ausência de uma pegada digital pode ser suspeita.
Apple: Uma Exceção na Regra?
Schneier observa que empresas de tecnologia querem privacidade para os usuários, exceto para elas mesmas. A Apple é uma exceção, pois não lucra com a vigilância. Apesar disso, suas políticas podem mudar dependendo dos interesses comerciais, como no caso da China.
O Futuro da Privacidade: Otimismo a Longo Prazo
Schneier se mantém otimista a longo prazo, mas admite que levará tempo. Ele acredita que, em 50 anos, essas práticas serão vistas como “fábricas de suor” no passado. O desenvolvimento da IA agrava o problema, pois exige acesso aos nossos dados para o treinamento de assistentes digitais.
A Necessidade de Mudança
A criptografia ponta a ponta é um avanço, mas só funciona em sistemas onde a nuvem não precisa processar os dados. A dependência da nuvem para a IA põe em risco a privacidade, mesmo com mensagens criptografadas. Lutar pela privacidade é crucial, mesmo em tempos de caos.
A privatização de dados governamentais também é preocupante. A segurança desses dados é crucial, pois eles podem ser roubados ou vendidos para empresas de análise de dados, piorando a situação da vigilância corporativa.
Conclusão
A entrevista com Bruce Schneier expõe a dura realidade da privacidade na era digital. Dez anos após “Data and Goliath”, a situação permanece preocupante, com a vigilância corporativa e governamental ainda mais intrusiva. A longo prazo, há esperança de mudança, mas o caminho é longo e exige ações concretas de governos e indivíduos para defender a nossa privacidade.
Compartilhe suas experiências e opiniões sobre a privacidade na era digital!
Fonte: The Register